Organizações sociais, sindicatos e movimentos políticos e estudantis estão organizando uma série de atos de protesto para esta terça-feira. O alvo é a continuidade da votação do pacote de projetos do governador José Ivo Sartori: o aumento das alíquotas de ICMS, o chamado tarifaço, deve ser apreciado pelos deputados nesta terça, com chances de aprovação.
Uma das possíveis iniciativas de sindicalistas é o bloqueio de garagens da Carris e das empresas privadas que também prestam o serviço de transporte coletivo em Porto Alegre. É planejado pelos manifestantes estender a interrupção ou desaceleração dos serviços de transporte coletivo também para a Região Metropolitana.
- Não se descarta nenhuma ação ainda na madrugada - afirma Alceu Weber, liderança entre os trabalhadores da Carris.
Também poderá haver operação tartaruga por parte dos rodoviários. Weber diz que a intensidade das ações dependerá da disposição dos rodoviários em participar a partir da madrugada de terça.
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O ato, explica Weber, também será em solidariedade aos três servidores da Carris que foram demitidos por justa causa após um bloqueio da garagem da empresa no dia 3 de agosto. Neste dia, ônibus não deixaram a Carris por horas. Os manifestantes barravam os veículos no portão sob alegação de que não havia segurança para trabalhar, já que naquela data a Brigada Militar estava aquartelada depois do parcelamento de salários. A alegação para o desligamento foi o prejuízo causado pela operação dos sindicalistas.
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Secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Sergio Vieira diz que a entidade não apoia a paralisação do serviço de transporte público. Segundo ele, a orientação aos trabalhadores é que as atividades sejam mantidas normalmente:
- O sindicato respeita o problema dos servidores e os movimentos sociais, mas não concorda com a paralisação do transporte coletivo. Os trabalhadores que representamos não vão participar disso - disse Vieira.
Em nota, assinada por diversos movimentos e centrais sindicais, é informado que o protesto ocorrerá desde a madrugada nas principais cidades do Estado, convergindo ao meio-dia para a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini e À Assembleia.
"O Rio Grande vai parar no dia 22. Contra o aumento do ICMS, a redução dos serviços públicos de saúde, educação e segurança, o ataque aos direitos dos servidores estaduais e em defesa dos rodoviários (demitidos políticos) e do patrimônio do povo gaúcho. As centrais sindicais e os movimentos sociais do Rio Grande do Sul, reunidos na Coordenação dos Movimentos Sociais, abaixo assinados, conclamam a população a participar do primeiro dia estadual de greves, paralisações, protestos e manifestações contra as políticas neoliberais do governo Sartori", diz um trecho da nota.
O documento, que pede mais segurança e a reintegração dos demitidos da Carris, é assinado por entidades ligadas à esquerda como CUT, CSP/Conlutas, MST, MPA, UNE, UJS e Levante da Juventude, entre outros.