Com a redução do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para 2016, junto com a tentativa de compensar o corte com outras receitas, o governo federal criou o temor de que, no Estado, obras em rodovias e a construção de unidades do Minha Casa, Minha Vida possam perder fôlego.
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Nas estradas, os contingenciamentos já anunciados forçaram o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a readequar cronogramas, o que diminuiu os ritmos da travessia urbana de Santa Maria e das duplicações da BR-116 entre Guaíba e Pelotas, e da BR-290 entre Eldorado do Sul e Pantano Grande.
Promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff, a nova ponte do Guaíba foi preservada e está 18% concluída. Fica a dúvida se o caixa para 2016 afetará o andamento.
- As obras têm ritmo satisfatório. Precisamos aguardar que o orçamento seja definido para planejarmos o ano - diz o superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro da Silva.
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A interrogação reside na forma de compensar o corte de R$ 3,8 bilhões na área de infraestrutura do PAC. A intenção do governo é repor o recurso podado com emendas parlamentares, que deputados e senadores indicam para obras em suas bases eleitorais. No entanto, este uso das emendas precisa ser aprovado no orçamento de 2016 que será votado no Congresso. E deputados já se opõem à medida.
- O governo está reduzindo investimento e transferindo a responsabilidade pela crise - afirma Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Já o Minha Casa, Minha Vida perderá R$ 4,8 bilhões, cifra que tentará ser reposta com direcionamento de recursos do FGTS para o pagamento de parte das despesas do programa. Nos bastidores, acredita-se que há caixa apenas para garantir a entrega do que já foi contratado (no Estado faltam entregar 84 mil unidades), sem novas obras.
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