Foram 12 horas de angústia para o aposentado Giovane Crapanzani, 58 anos, que só acabaram às 22h30 desta quinta-feira, quando a juíza Tânia da Rosa confirmou a sentença do júri, condenando os dois réus a 32 de prisão, cada.
Seis anos depois, ele voltou a ouvir os relatos e rever imagens que jamais se apagaram da sua memória. Era o julgamento de dois dos acusados pela morte da sua filha, a recepcionista Franciele Ferreira Crapanzani, aos
24 anos, em 2009.
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- A gente sempre tenta evitar em casa esse assunto, porque é muito doloroso. Mas é uma ferida que sempre vai ficar marcada. E hoje (ontem), infelizmente é necessário tudo isso para pelo menos a justiça ser feita - disse o aposentado enquanto esperava a sessão na 1ª Vara do Júri da Capital.
Sofrimento
A mãe de Franciele não foi. Segundo o marido, para evitar mais sofrimento. Ela não aguentaria ver, no banco dos réus os irmãos José Edil da Silva Bilhalva, o Deco, 45 anos, e Cléber da Silva Bilhalva, o Baby, 33 anos, denunciados pelo estupro, homicídio e ocultação do cadáver da filha.
Durante a investigação policial, o principal suspeito do crime seria Leandro Noal da Rosa, o Carioca, mas ele acabou assassinado ao ser atraído para uma emboscada. Um adolescente também foi denunciado pelo Ministério Público. Ele chegou a ser internado na Fase, mas já está livre. Uma mulher também foi denunciada, mas foi liberada do júri popular pela Justiça.
Ouvidos diante do júri, os dois irmãos, que estão presos desde 2011, voltaram a negar participação no crime. José Edil, que afirma trabalhar como pedreiro, justifica que na época estava construindo um muro na casa do Carioca. O irmão dele diz que só conhecia Carioca de vista.
Conforme a investigação, Franciele foi atacada no começo da manhã de 8 de agosto de 2009, quando saiu de casa, no Bairro Cavalhada, para ir à autoescola. Ela teria sido estuprada por um grupo de criminosos que atuava naquela área. Eles a teriam mantido em cárcere durante dois dias. No dia 10 daquele mês, o corpo foi encontrado com um tiro na nuca em um matagal no Bairro Vila Nova.
A conclusão dos investigadores foi de que a recepcionista foi morta porque conhecia os suspeitos e poderia denunciá-los.