De acordo com estimativa do Banco Central (BC), a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 9,5% neste ano. O número informado na manhã desta quinta-feira, que faz parte do Relatório Trimestral de Inflação, representa um aumento de 0,5 ponto percentual acima da projeção divulgada em junho (9%).
Em 2016, a inflação deve atingir 5,3%, ante 4,8% previstos no relatório anterior. Em 12 meses acumulados no final do terceiro trimestre de 2017, a projeção ficou em 4%.
Essas estimativas levam em consideração informações disponíveis até o último dia 18. Por isso, foram considerados o dólar em R$ 3,90 e a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano.
O Banco Central também divulga os dados do cenário de mercado, que faz estimativas para a taxa de câmbio e a Selic. Nesse quesito, a previsão para a inflação também é de 9,5% neste ano, 0,4 ponto percentual acima da estimativa de junho (9,1%). Para 2016, a projeção passou de 5,1% para 5,4%. Em 12 meses acumulados, no final do terceiro trimestre de 2016, a estimativa ficou em 4,6%.
A inflação deve superar o limite superior da meta de inflação (6,5%) deste ano. O centro da meta é 4,5%. Para tentar levar a inflação para a meta em 2016, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois desse ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic, o Banco Central indica que ajustes anteriores foram suficiente para produzir os efeitos esperados na economia. O BC costuma dizer que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.
O Relatório de Inflação também traz projeção para a variação dos preços administrados por contrato e monitorados. A projeção é de aumento de 15,4% neste ano, ante 13,7% previstos em junho. Essa projeção considera variações ocorridas, até agosto, nos preços da gasolina (9,6%).
O Banco Central ainda considerou a projeção de aumento de 15% no preço do botijão de gás, de redução de 3,5% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 49,6% nos preços da eletricidade. Em 2016, a projeção para o reajuste dos preços administrados é de 5,7%, alta 0,4 ponto percentual em relação a estimativa divulgada em junho.
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