A maior fatia dos R$ 26 bilhões que o governo federal prevê cortar do orçamento no ano que vem, conforme anúncio realizado nesta segunda-feira, virá do adiamento do reajuste para os servidores federais de janeiro para agosto.
A expectativa do Planalto é economizar R$ 7 bilhões com a mudança da data de pagamento - considerada "um baque" por representantes da categoria no Rio Grande do Sul.
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A medida foi recebida com surpresa por líderes sindicais porque a categoria havia recém firmado um acordo com o governo federal que estabelecia aumentos parcelados ao longo de dois anos.
- Ficamos sabendo há pouco (do adiamento). É um baque muito grande, porque esperávamos assinar o acordo com o governo federal nos próximos dias. A notícia é uma bomba. Agora, vamos ver qual será a reação da base - afirma o secretário-geral-adjunto do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (Sindiserf), Marcolino Antunes de Oliveira.
Oliveira afirma que os servidores ainda contavam com o reajuste em janeiro, apesar da notória necessidade de redução de gastos do governo, porque os índices haviam sido negociados com o Planalto em níveis considerados "baixos". Conforme o representante, estavam previstos 5,5% de reajuste em janeiro - que agora deverão ficar para agosto - e mais 5% em 2017.
- Já havíamos concordado com isso, só faltava a assinatura do termo de acordo. Isso seria feito nos próximos dias - sustenta Oliveira.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a proposta de congelamento do reajuste dos servidores públicos é "plenamente justificável".
- Estamos vivendo no Brasil hoje, no setor privado, uma situação de aumento de desemprego, em que reajustes salariais não têm se equiparado à inflação. No setor privado, está havendo uma redução real do salário neste momento de travessia, de dificuldades. Então, achamos que, neste momento, é plenamente justificável a proposta que o governo faz aos seus servidores - declarou o ministro.
Segundo Barbosa, a média de remuneração do funcionalismo público é maior do que a do setor privado, e a proposta de reajuste para os próximos anos se mantém. O que muda, somente, é a entrada em vigor da proposta: passa de janeiro para agosto o aumento previsto para 2016.
*Zero Hora