Diante do iminente parcelamento de salários, servidores públicos estaduais decidiram novamente paralisar suas atividades, a partir de segunda-feira. A nova greve deverá ter duração de quatro dias, conforme o indicativo aprovado no último dia 18, durante a assembleia geral unificada do funcionalismo. Apoiada por 43 entidades sindicais, a mobilização terá como reflexos a suspensão e a redução de serviços em áreas como saúde, educação e segurança.
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De acordo com o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs), Sérgio Arnoud, o parcelamento de salários é "praticamente certo" - o Piratini ainda não confirma o fatiamento, o que só deve ocorrer na segunda-feira. Por esta razão, a coordenação do Movimento Unificado dos Servidores Públicos, encabeçada por Fessergs e Cpers, passou a semana articulando a segunda paralisação em três semanas.
- A situação é de extremo desespero por parte dos servidores, que não sabem como irão honrar seus compromissos. O Estado possui 347 mil matrículas, ou seja, contando a família dos funcionários, quase 1 milhão de pessoas serão prejudicadas - lamentou Arnoud.
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Uma projeção feita por ZH na quarta-feira, com base em dados oficiais, indica que os servidores do Executivo deverão receber em torno de R$ 620 no próximo contracheque, a ser pago na segunda-feira. Na prática, isso significa que os salários de quase todo o funcionalismo serão parcelados - em 31 de julho, atingiu 47,2% do quadro.
Além do possível parcelamento de salários, a não retirada do projeto que cria a lei estadual de responsabilidade fiscal, o PL 206, é outro fator que motiva a greve de quatro dias. Na avaliação da Fessergs e do Cpers, a proposta engessa o Estado pelos próximos anos, inviabilizando reajustes salariais e o pagamento do piso dos professores. Os sindicatos prometem reunir milhares de servidores em um ato na próxima quinta-feira, em frente à Assembleia Legislativa, em protesto contra os projetos que, segundo eles, atacam o funcionalismo.
Durante a semana, o Cpers orientou as escolas a não abrirem as portas entre segunda e quinta-feira. Pais e alunos também foram informados da decisão. Na última greve, que ocorreu entre os dias 19 e 21, o movimento teve adesão de 95% das escolas estaduais, conforme a entidade. Procurado pela reportagem, o Piratini informou apenas que "o governo está trabalhando com todos os esforços para evitar prejuízos para os servidores e para a população".
*Zero Hora