A principal novidade nesta terça-feira, segundo dos prováveis cinco dias de greve do funcionalismo estadual, é a promessa de aquartelamento dos servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros. No entanto, a paralisação deve seguir nas escolas, em hospitais, nas delegacias, nos presídios e demais serviços públicos (veja o serviço completo no final da reportagem).
Oficialmente, os representantes sindicais dos PMs prometem iniciar o aquartelamento - deixando os batalhões em todo o Rio Grande do Sul apenas para atender ocorrências urgentes - a partir das 5h de terça. No entanto, segundo a Abambf (sindicato que representa servidores de nível médio da BM), policiais militares de oito cidades - Santana do Livramento, Santa Maria, Charqueadas, Alvorada, Pelotas, Rio Grande, Ivoti e Esteio - já iniciariam o movimento nesta segunda-feira.
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- Eles ficaram muito mais revoltados depois que o governador falou, e decidiram antecipar a paralisação - afirmou o presidente do sindicato, Leonel Lucas.
Ainda conforme ele, a adesão, desta vez, deve ser "bem maior", proporcionalmente ao salário "bem menor" - que foi de R$ 600 neste último dia de agosto, em comparação aos R$ 2.150 no mês anterior.
A assessoria de imprensa do Comando da Brigada Militar diz que confia que "a maioria" dos policiais deve trabalhar normalmente na terça.
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- Temos algumas alternativas, mas não vou dizer quais são, caso em um ou outro lugar falte policiamento - disse o major Ronie Coimbra, chefe de Comunicação da BM.
Questionado sobre a possibilidade de a Força Nacional, o Exército ou outro reforço externo ser acionado, Coimbra garantiu que a corporação não trabalha com essa hipótese, pois "a própria BM vai se resolver" - ao menos por enquanto.
Veja como a greve deve afetar os serviços públicos nesta terça:
Educação: as escolas estaduais devem permanecer fechadas. De acordo com o Cpers, mais de 90% dos professores aderiram à paralisação nesta segunda. A orientação é de que os pais não levem os filhos para a aula. A Secretaria de Educação do Estado, no entanto, recomenda que pais liguem para as escolas para saber se os filhos terão ou não aula.
Segurança: a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros prometem iniciar aquartelamento a partir das 5h em todo o Estado. Os policiais militares são orientados a atender somente ocorrências urgentes e emergentes e retornar aos batalhões. A Polícia Civil deve continuar atendendo somente crimes graves, como homicídios e acidentes com morte, e interromper as investigações. Os agentes penitenciários estudam abandonar a segurança dos presídios e estão esperando o Comando da BM enviar reforço, já que a Brigada, responsável pelo trabalho em caso de paralisação dos funcionários da Susepe, também deve paralisar.
Transporte público: não há paralisação e nem previsão de interromper o serviço na Capital. Segundo representantes dos rodoviários, as linhas irão ser suspensas somente em caso real de ameaça aos trabalhadores.
Saúde: instituições estaduais de saúde seguem aderindo ao movimento, mantendo somente os serviços essenciais em locais como Hospital Sanatório Partenon, Hospital Psiquiátrico São Pedro, Hospital Colônia Itapuã, Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps) e Ambulatório de Dermatologia Sanitária. O mesmo ocorre nas coordenadorias de saúde. Já a Escola de Saúde Pública deve paralisar completamente.
Bancos: até o momento, não há confirmação de paralisação. O SindiBancários entrou como uma ação na Justiça pedindo para que as agências não sejam abertas a partir dessa terça, enquanto durar o aquartelamento da BM. O TJ não havia divulgado nenhuma decisão até a noite desta segunda-feira.