Já foram identificados os agressores que mataram o estudante Ronei Wilson Jurkiftz Faleiro Júnior, 17 anos, na madrugada de sábado passado, em Charqueadas. O delegado Rodrigo Machado dos Reis, que conduz as investigações, inclusive já teria solicitado as prisões preventivas dos maiores de 18 anos que participaram do crime.
As informações, obtidas com uma fonte, não são confirmadas pelo delegado que, seguindo decisão de sua categoria profissional, não está se manifestando publicamente como forma de protesto pelo parcelamento dos salários dos servidores estaduais. Mas o crime foi investigado com rapidez e agilidade durante o final de semana. Hoje, o Ministério Público deverá se manifestar sobre o caso.
Incêndio atinge cerca de 15 casas em vila de Porto Alegre
Ronei Júnior foi assassinado na madrugada de sábado. Ele participara de uma festa organizada para angariar fundos para a formatura da turma de terceiro ano da Escola Técnica Cenecista Carolino Euzebio Nunes. Um grupo de jovens foi barrado no evento (realizado no Clube Tiradentes, no Centro da cidade) e, por conta disso, teria ameaçado um amigo de Ronei.
Antes de ir embora, Ronei ligou para o seu pai, o empresário Ronei Wilson Jurkiftz Faleiro, solicitando que buscasse a ele e ao amigo ameaçado. Os dois já entravam no carro quando foram puxados de volta pelos agressores. O empresário, que saiu do veículo para ajudá-los, também foi bastante agredido.
Em dois áudios que circularam pelo whatsApp, um dos agressores narrou o espancamento. Rindo o tempo inteiro, ele descreveu a série de agressões, que incluíram chutes, socos, garrafadas e golpes com garrafas quebradas.
A morte de estudante e a forma como ocorreu motivaram uma passeata por ruas do Centro de Charqueadas, na manhã de segunda. Vestidos de branco, mais de uma centena de jovens pediu paz e justiça. A família do jovem, que era filho único, bastante abalada, ainda não havia voltado para casa. Permanecia na residência de familiares.
Tímido e apegado à família
Durante a tarde desta segunda-feira, quatro amigos relembraram momentos vividos com o jovem descrito por todos como "tímido, estudioso, apegado à família e que não tinha inimizades".
- Na escola, ele só tirava notas altas. Era muito bom, principalmente em física - disse um colega de aula, de 16 anos.
Como a maioria dos jovens que moram em Charqueadas, Ronei gostava de participar de gincanas. E foi em uma dessas competições que ele viveu uma situação engraçada, lembrada pelo amigo Selton Lopes, seu companheiro na equipe Anonimos.
- Tinha uma tarefa, intitulada "judas perdeu as botas", que era para achar um sapato vermelho, num parque. Mas, no fim, foi o sapato que achou ele (Ronei). Ele saiu correndo, tropeçou e caiu. Quando viu, tinha tropeçado justamente no sapato vermelho - contou.
Já outro amigo, de 17 anos, que convivia havia seis anos com Ronei, o descreve como uma pessoa muito apegado à família.
- Era daqueles caras que iam do colégio para casa, e de casa para o colégio. No final de semana, normalmente saía com o pai e com a mãe dele. Só este ano é que ele começou a ir a festas - disse.
Ronei pretendia prestar vestibular para Mecatrônica no final do ano.