A Operação Duas Faces, desencadeada nesta quinta-feira pelo Ministério Público, realizou 13 prisões preventivas e duas em flagrante, além de apreender um adolescente, todos integrantes da facção Os Manos. Os mandados de prisão foram cumpridos nas cidades de Campo Bom e Novo Hamburgo. No cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, também em Porto Alegre, foram apreendidos documentos para clonagem de veículos e falsificação de Carteira Nacional de Habilitação, drogas, balanças de precisão, um automóvel, uma motocicleta, anotações da venda de drogas, celulares e dinheiro. As investigações foram realizadas pela Promotoria de Justiça de Campo Bom e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Brigada Militar de Novo Hamburgo.
Foram presos preventivamente Marizan de Freitas, João Dionatan Pereira, Tiago de Fraga Reis e Luis Paulo da Silva (todos já em casas prisionais devido a outras investigações relativas ao tráfico de drogas), Cassiano de Freitas Vidal - que estava em liberdade condicional -, Bianca Minéia Fleck, João Dauto do Prado, Fernando Junior Elias, Jorge Joel Siebel, Marcio Leandro de Brito, Josiane de Fátima da Silva, Eberson Luiz da Silva e Fernando Pereira Soares. A avó de Marizan, Gessi Silva de Freitas, foi presa em flagrante pelo porte de duas armas. A outra prisão em flagrante foi de Gabriel Brizola da Silva por tráfico de drogas.
A quadrilha
Conforme as investigações, o líder do grupo é Marizan de Freitas, preso em regime disciplinar diferenciado. No topo da hierarquia da célula do Vale do Sinos estava João Dionatan Pereira. Cassiano de Freitas Vidal era quem armazenava as drogas (maconha, crack e cocaína), Tiago de Fraga Reis transportava os entorpecentes para os pontos de distribuição, e João Dauto do Prado era o tesoureiro e caixa. A companheira de Tiago, Bianca Mineia Fleck, também atuava em uma posição de liderança na quadrilha. As investigações também dão conta que Eberson Luiz da Silva era o responsável por recrutar adolescentes para a venda de drogas nas ruas. João Dauto do Prado fazia a documentação para clonagem de carros e falsificação de Carteiras Nacionais de Habilitação.
A quadrilha comercializava R$ 65 mil por semana, sendo que R$ 50 mil era o lucro médio estimado. Parte dos lucros (cerca de 40%) era destinada a um sistema de poupança. Uma parcela dos familiares de Marizan de Freitas era sustentada pelos lucros oriundos das atividades ilícitas do grupo, como a ex-companheira dele, a avó Gessi e a atual companheira (que recebeu de presente em julho um veículo Hyundai Veloster preto, adquirido com recursos do tráfico e apreendido pela Operação).
* Ministério Público