Os motoristas do Samu e a prefeitura de Porto Alegre estão num impasse. Os profissionais que dirigem os veículos que atendem chamadas de urgência querem que a profissão seja reconhecida como "condutores de ambulância", e não motoristas, como são denominados atualmente.
Em reunião ontem, na sede do Samu, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que será criado o novo cargo, mas não deu prazo para que isto aconteça, já que a situação envolve diversas áreas administrativas. A secretária adjunta da saúde, Fátima Ali, solicitou prazo de 30 dias para que o assunto seja novamente discutido.
- Reconhecemos essa necessidade, mas estamos estudando como fazer. Talvez, seja preciso abrir novo concurso para o cargo, o que afetaria os profissionais atuais - afirma a secretária.
A solicitação para a mudança, segundo o Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado (Sindcaers), se dá devido ao acúmulo de funções que os 89 profissionais da Capital exercem. De acordo com o presidente da entidade, Paulo Rogério Silva, os funcionários, além de dirigir, dão assistência ao técnico de enfermagem durante o primeiro atendimento ao ferido.
- Exercemos funções que não estão descritas nas atribuições do nosso concurso público, como massagem cardíaca e imobilização - diz Paulo.
Valorização
Conforme o Sindcaers, a mobilização pela valorização da categoria começou quando a Procuradoria Geral do Município e o Coren informaram que os profissionais deveriam desempenhar as funções como está no edital até que a prefeitura validasse o cargo de "condutor de ambulância".
Uma assembleia está marcada para hoje à tarde, para decidir como a categoria irá se posicionar enquanto aguarda definição. A prefeitura garantiu que, mesmo que os motoristas resolvam trabalhar com as funções reduzidas, o serviço do Samu será normal.
Assim que for definida a criação do novo cargo, o projeto de lei deve ser encaminhado para a Câmara dos Vereadores, para votação.