O Ministério Público Estadual (MPE) reestrutura, a partir de hoje, um dos seus principais núcleos de atuação, o Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele será composto por quatro promotores de Justiça (três do Interior e um da Capital, que será o coordenador do grupo). A unidade especializada também contará com apoio de quatro policiais (civis e militares) para atuarem nas investigações. E terá duas sedes: uma na Rua Andrade Neves (onde já atuava) e outra na Rua Santana, junto à Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre.
A reestruturação do Gaeco, que existe desde o final dos Anos 90, será oficializada durante um evento fechado para membros do Ministério Público, nesta segunda, com a presença de dois palestrantes de fora da instituição: os procuradores da República Douglas Fischer e Antônio Carlos Welter. Ambos estão à frente das investigações da Operação Lava-Jato, a maior ação anticorrupção da história do país. Fischer e Welter vão repassar aos colegas estaduais as últimas novidades no combate a corrupção e lavagem de dinheiro, prioridades do novo Gaeco.
O Gaeco também vai focar no combate à sonegação fiscal, aos crimes cometidos dentro (e a partir) de presídios e fraudes contra a segurança alimentar. Não por acaso, o coordenador do Gaeco será Flávio Duarte, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, que tem atuado na força-tarefa de combate a fraudes no leite e no queijo.
O Gaeco também fará parcerias com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público de Contas e Receita Estadual, para rastreamento de fraudes estruturadas.
_ É um enfrentamento difícil, que requer um preparo técnico, persistência, dedicação e todo o empenho da instituição. Especialmente nessas áreas, que escolhemos como prioritárias _ ressalta o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen, a quem o Gaeco está subordinado.
Entre as atuações recentes do Gaeco, estão o desbaratamento de quadrilhas especializadas em fraudes contra o CRVA (Certificado de Registro de Veículos Automotores) e sonegação com uso de empresas de fachada no setor de pesca do Rio Grande do Sul.
*Zero Hora