De acordo com informações do site G1, o juiz Sérgio Moro recebeu nesta segunda-feira denúncia contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e mais cinco acusados, que a partir de agora se tornam réus em ação penal derivada da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Com isso, o ex-diretor da estatal Eduardo Vaz da Costa Musa, os supostos lobistas João Augusto Rezende Henriques, Hamylton Pinheiro Padilha Junior, Raul Schmidt Felippe Junior e o executivo Hsin Chi Su também passam a ser réus.
O G1 ainda informa que, conforme Moro, foram descobertas durante as investigações duas contas secretas de Zelada, mantidas no Principado de Mônaco, "uma delas com saldo sequestrado de 10.294.460,10 euros".
Segundo o juiz, existem evidências de "materialidade e autoria dos crimes", e a denúncia não está sustentada somente nas delações. Uma das provas é a documentação das transações consideradas ilícitas e transferências bancárias do pagamento de propina. A partir de agora, as defesas terão 10 dias para responder às acusações.
Advogado representante de Zelada, Renato de Moraes afirma que ainda não teve acesso à decisão, apesar de que o seu cliente irá mostrar a "inconsistência das acusações".
A denúncia
Segundo o MPF, Hsin Chi Su, também chamado de Nobu Su, e Hamylton Padilha repassaram US$ 31 milhões em propina para Zelada, Eduardo Musa e para o PMDB. A denúncia ainda aponta que o partido era o responsável pela indicação de Zelada para o cargo, além de beneficiário do dinheiro ilegal do esquema.
Em troca do valor recebido, segundo os procuradores, Zelada e Musa beneficiaram a empresa Vantage Drilling - representada por Padilha - em um contrato de afretamento de um navio-sonda. O contrato, conforme comissão de investigação interna da Petrobras, apresentava diferentes irregularidades.
Por meio da acusação, o MPF detalhou a ação de intermediários que operacionalizavam o esquema - Padilha, Raul Schmidt e João Henriques. Enquanto Padilha pagou a Eduardo Musa, Raul realizou os pagamentos a Zelada, e Henriques distribuiu a propina ao PMDB. Os pagamentos eram feitos através de depósitos no exterior, de acordo com a denúncia.
Segundo Moro, não houve comprovação de pagamentos ao PMDB ou outra autoridade com foro privilegiado.
A força-tarefa da Lava Jato contou com colaboração internacional de Mônaco para rastrear indícios de que Zelada possuía no exterior depósitos de 11.586.109,66 - em nome dele e de offshores. Conforme o MPF, os valores eram incompatíveis com a renda dele enquanto diretor da estatal. A denúncia também aponta que Zelada realizou transferências mesmo após a deflagração da Lava Jato.
Crimes em que os envolvidos foram denunciados:
- Jorge Luiz Zelada - corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas;
- Hamylton Pinheiro Padilha - corrupção ativa, lavagem de dinheiro;
- Raul Schmidt Felippe Junior - corrupção passiva, lavagem de dinheiro;
- João Augusto Rezende Henriques - corrupção passiva, lavagem de dinheiro;
- Hsin Chi Su (Nobu Su) - corrupção ativa, lavagem de dinheiro;
- Eduardo Vaz da Costa Musa - corrupção passiva.
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