O vice-governador do Estado, José Paulo Cairoli, confirmou, nesta quinta-feira, que haverá parcelamento do salário do funcionalismo público. Ele, no entanto, não adianta valores ou o ponto de corte. O governo estadual irá anunciar a medida em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira. Deverão estar presentes o governador José Ivo Sartori e o secretário da Fazenda, Giovani Feltes.
Por que o Piratini deixou para o último dia o anúncio sobre o parcelamento de salários?
O mais provável é que os pagamentos desta sexta-feira aos servidores fiquem entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil. Os valores excedentes a esse teto serão pagos ao longo do mês de agosto, mas ainda não há um calendário definido. Em Brasília para a reunião com a presidente Dilma e demais governadores, Sartori pediu compreensão.
Servidores protestam contra Estado e prometem greve geral
Sartori pede compreensão na véspera de possível parcelamento
Não é somente a gravidade de não pagar os salários em dia que preocupa o governo Sartori. Com déficit de R$ 400 milhões ao mês, o Piratini mais uma vez irá atrasar o pagamento da parcela da dívida com a União, cerca de R$ 280 milhões. Em meses anteriores, quando adotou o mesmo expediente para aumentar o dinheiro disponível para honrar salários, o governo fez o pagamento nos dias 7 e 12 do mês seguinte. Isso evitou sanções federais.
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Agora, com o agravamento da situação, o Piratini não sabe se terá os R$ 280 milhões para quitar a parcela de julho da dívida dentro da primeira quinzena de agosto. O problema é que o Estado está antecipando receitas dos meses futuros para pagar contas do presente. E o dinheiro cada vez mais vai escasseando. Os repasses federais, embora estejam em decréscimo nos últimos anos, ainda são superiores aos R$ 280 milhões da dívida. Se forem bloqueados, são recursos que faltariam para setores como saúde e educação. O cenário representaria o colapso do setor público e da prestação de serviços.
Promessa de paralisação
Funcionários das secretarias estaduais protestaram, pelo segundo dia seguido, em frente ao Centro Administrativo do Estado, em Porto Alegre, contra o anúncio do parcelamento dos salários. Com narizes de palhaço, cartazes e música, os servidores cobraram o pagamento integral dos salários e prometeram paralisar os serviços na próxima segunda-feira.