Uma vitória do não no referendo da Grécia forçaria o país a introduzir rapidamente uma nova moeda, advertiu neste domingo o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que garantiu que os europeus não vão "deixar os gregos cair". Pesquisas divulgadas pelos meios de comunicação gregos na tarde deste domingo indicam uma pequena vantagem para o não, que significa a rejeição dos termos da ajuda econômica oferecida pelos credores ao país.
Se os gregos votarem não, "eles vão ter que introduzir outra moeda, uma vez que não terão mais euros disponíveis como forma de pagamento", alertou em uma entrevista à rádio pública alemã Deutschlandfunk.
- Como eles vão pagar os salários? E as aposentadorias? Mas quando alguém introduz uma nova moeda, deixa o euro - explicou ele.
E acrescentou:
- Estes são os elementos que me levam a acreditar que as pessoas vão votar no 'sim' hoje - disse Schulz.
Mas, seja qual for o resultado do referendo, "não vamos deixar cair as pessoas na Grécia", garantiu nas colunas do jornal alemão Welt am Sonntag.
- Talvez teremos que acordar empréstimos de emergência a Atenas, uma vez que os serviços públicos precisam funcionar e que as pessoas necessitam receber dinheiro para sobreviver. Haverá fundos em Bruxelas para isso - acrescentou.
Contudo, se Atenas tiver de recorrer à ajuda de emergência dos europeus, "essa não será uma solução ao longo prazo", alertou.
Os gregos votam neste domingo a favor ou contra o último acordo apresentado por seus credores (Comissão Europeia, FMI, BCE) há 10 dias, que prevê reformas estruturais em troca de um resgate.
Muitos na Grécia e no exterior consideram o referendo uma escolha a favor ou contra a adesão ao euro. A vitória do não tornaria muito difícil ou impossível um novo apoio financeiro à Grécia por seus parceiros.