Os vendedores ambulantes estão adorando a previsão dos meteorologistas de um inverno chuvoso no Estado. Na molhada quinta-feira, havia vários pelas ruas do Centro da Capital gritando as maravilhas das suas sombrinhas com 16 varetas.
Há 20 anos fazendo este serviço, Alexsandro dos Passos Grossini, 34 anos, da Lomba do Pinheiro, abre um sorrisão toda vez que um temporal se aproxima de Porto Alegre.
Diário Gaúcho - Os vendedores de guarda-chuva e sombrinha surgem do nada e aos montes quando começa a chover. Onde vocês ficam quando o tempo está seco?
Alexsandro dos Passos Grossini - A gente está sempre por aí, nas ruas. Mas quando não tem chuva, eu vendo controles remotos, antena de tevê, carregador portátil.
Diário - O que dá mais dinheiro: esses controles ou as sombrinhas?
Alexsandro - É a sombrinha, com certeza. Fico torcendo pela chuva, e estou comemorando porque este inverno vai ser bem chuvoso.
Diário - Onde você guarda as sombrinhas, para não ficar carregando quando o dia é de sol?
Alexsandro - Eu compro na hora, nas galerias do Centro, quando vejo que vai chover. Tem que ter sempre um dinheirinho na mão. Fico só cuidando o tempo. Se as nuvens vêm do Leste, lá dos lados da Lomba do Pinheiro, é porque vai ter chuva.
Diário - E você garante a qualidade?
Alexsandro - Deus o livre! O pessoal paga R$ 10 e não se molha. A sombrinha tem 16 varetas e é inquebrável, moça. Até porque a propaganda tem que ser boa. É melhor do que a sombrinha!