As negociações nucleares entre o Irã e os países do grupo 5+1 poderão continuar até sexta-feira, declarou Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado americano.
Segundo a porta-voz, a extensão do prazo pode ser decidida para "para permitir um tempo adicional para negociar".
Já o chanceler russo, Sergei Lavrov, citado pela agência Interfax, comentou que um dos principais problemas a ser resolvido entre Teerã e seus interlocutores ocidentais é a questão do embargo sobre as armas imposto ao Irã pelo Conselho de Segurança da ONU em 2010.
- As partes estão de acordo que a maioria das sanções devem ser levantadas, mas resta um grande problema referente às sanções, o do embargo sobre as armas - enfatizou Lavrov.
Mais cedo, uma fonte iraniana afirmou que o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) deram um "grande passo" nas discussões para solucionar as questões pendentes sobre a possível dimensão militar do programa nuclear da República Islâmica.
Uma delegação da agência da ONU fez uma visita de 24 horas a Teerã, poucos dias depois da viagem do diretor da Aiea, Yurika Amano, ao país para tentar obter avanços no acordo de novembro de 2013 para investigar as atividades nucleares suspeitas do Irã no passado.
- Irã e Aiea deram um grande passo para resolver as questões pendentes com o objetivo de chegar a um acordo fundamental sobre os temas e o calendário da cooperação entre ambos - afirmou o porta-voz da Organização Iraniana da Energia Atômica, Behruz Kamalvandi, citado pela agência oficial Irna.
Kamalvandi, que não revelou detalhes sobre o teor da discussões de segunda-feira, considerou as conversações "construtivas e com um olhar voltado para o futuro". A segunda visita da agência "mostra a séria determinação das duas partes para reforçar a cooperação", completou.
Em Viena, os negociadores das grandes potências e do Irã prosseguiam negociando nesta terça-feira, último dia de conversações antes do fim do prazo da nova data limite para chegar a um acordo histórico sobre o programa nuclear de Teerã.
A Aiea suspeita que o Irã realizou pesquisas, pelo menos até 2003, para produzir a bomba atômica e deseja ter acesso aos cientistas envolvidos, assim como aos documentos e locais que podem ter abrigado os estudos. Mas Teerã, que nega as acusações, se recusa a permitir acesso aos inspetores.