Depois de cerca de 22 horas de protesto, os manifestantes que ocupavam o prédio da prefeitura de São Leopoldo deixaram o local no início da tarde desta sexta-feira. A saída dos grevistas ocorreu de forma pacífica, mas muitos professores choraram ao serem retirados pelo Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar, que foi chamado para cumprir o mandado de reintegração de posse.
Os professores saíram de mãos dadas, abraçados e foram aplaudidos por manifestantes que seguem do lado de fora do edifício. Alguns representantes do protesto alegaram que deixaram o sétimo andar da prefeitura, onde estavam, por falta de água e comida, já que a ocupação teve início ainda na quinta-feira.
Servidores saíram do prédio gritando e cantando em tom de vitória
Foto: Diego Vara / Agência RBS
Por volta do meio-dia, o clima era de tensão no local. A BM tentava negociar a saída dos servidores, que já estavam há cerca de 20 horas dentro do prédio. Pelo lado interno, a Guarda Municipal acorrentou as portas do edifício. Os grevistas também fecharam as entradas com cadeados. Porém, apesar do clima tenso, não foi registrado nenhum confronto entre a polícia e os manifestantes.
Representantes sindicais se reuniram para tentar contato com prefeito, Anibal Moacir (PSDB). Depois, devem fazer assembleia para decidir os rumos da greve. Porém, Anibal afirma que não se comprometeu em se reunir com os manifestantes, que devem ser recebidos por uma comissão da prefeitura.
A ação dos servidores em greve é um protesto contra a proposta apresentada pelo executivo municipal, que divide o reajuste de 8,42% em quatro parcelas - sendo a primeira no final desde ano, e, as demais, em novembro de 2017, 2018 e 2019. Os professores municipais de São Leopoldo estão parados há 38 dias e há quase três semanas acampados na prefeitura.
- Não estamos pedindo nada além da nossa reposição, as perdas do período de abril do ano passado a abril desse ano. E, se estamos em greve há 38 dias, é porque o prefeito não dialoga. Não podemos aceitar o parcelamento até dezembro de 2019 - afirma Sandra Lisboa, professora da rede municipal há 26 anos.
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O secretário da Fazenda, Paulo Pedroso, estava entre os funcionários da prefeitura que tiveram de deixar o prédio, nesta manhã, a pedido da BM. Segundo ele, a evasão em função da segurança deve prejudicar o pagamento de cerca de 700 funcionários que receberiam seus salários nesta sexta.
- Como não podemos trabalhar, esses servidores ficarão prejudicados em função desse movimento dos professores que recebem todos os meses, no dia 30, os seus salários em dia - disse o secretário à Zero Hora.
* Zero Hora