Com a aprovação da redução da maioridade penal pelo plenário da Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira, fervilharam manifestações nas redes sociais. Entre a tarde e o começo da noite desta quinta-feira, o trending topics no país, ou seja, a expressão mais repetida pelos usuários brasileiros no Twitter, era #anulaSTF. A hashtag, fomentada com uma campanha de tuitaço por políticos como Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), refere-se à possibilidade do Supremo Tribunal Federal intervir, sob a alegação de inconstitucionalidade.
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Deputados apresentarão recurso ao STF contra aprovação de emenda da maioridade penal
Um dos partidos que protestou com a votação nesta quinta-feira, o PT utilizou a hashtag três vezes em seu perfil oficial nesta quinta, e entidades como a CUT também se manifestaram.
A rede social também é palco para uma batalha de hashtags contra e a favor do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que levou à votação uma proposta mais branda sobre o tema 24 horas depois de a primeira ter sido derrotada - manobra considerada ilegal por deputados e juristas.
A hashtag #CunhaGolpista foi citada por perfis como o da personagem Dilma Bolada, seguido por mais de 400 mil internautas: "Ver #CunhaGolpista, Feliciano e Bolsonaro sorrindo no plenário da Câmara e cantando vitória: a República queria estar morta!". Em contrapartida, muitos admiradores fizeram tuítes com a campanha #CunhaMeRepresenta.
Entenda como o STF poderia intervir:
O clamor dos internautas que têm postado #anulaSTF se justifica, pois há instrumentos que podem derrubar, no Supremo, a proposta de redução da maioridade. Parlamentares podem julgar que a tramitação da PEC viola as regras da atuação legislativa e impetrar um mandado de segurança preventivo junto ao Supremo, com o objetivo de corrigir o "vício da inconstitucionalidade" (votar duas vezes o mesmo assunto).
Após a aprovação em dois turnos da proposta na Câmara e no Senado, a última possibilidade de derrubar a emenda seria por meio de uma arguição de inconstitucionalidade. O STF teria, então, de analisar os aspectos formais (se o processo legislativo foi respeitado) e também o mérito da emenda, uma vez que há o entendimento de que ela altera uma cláusula pétrea da Constituição.
*Zero Hora