A polícia tunisiana prendeu pessoas relacionadas ao atentado ocorrido na última sexta-feira em uma praia de Túnis. O anúncio foi feito pelo Ministério do Interior, que não forneceu o número, a identidade ou a que grupo pertencem os detidos.
- Começamos por deter um primeiro grupo, cuja quantidade é importante para a rede que estava por trás do terrorista criminoso - afirmou o ministro do Interior, Najem Gharsalli, no hotel Port El Kanaui, onde ocorreu o atentado que deixou 38 mortos, além do autor do ataque.
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Ao menos 30 britânicos estão entre as vítimas, segundo a imprensa da Grã-Bretanha, embora o balanço oficial aponte até o momento 16 britânicos mortos.
Na sexta-feira, um tunisiano invadiu a praia do hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, perto de Sousse (140 km ao sul da capital Túnis). Com um fuzil kalashnikov escondido em seu guarda-sol e disparou contra os turistas. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.
Ministros europeus prestam homenagem às vítimas
Os ministros do Interior alemão, francês e britânico prestaram homenagem, nesta segunda-feira, em Port El Kantaoui, às 38 vítimas do pior atentado da história do país. O francês Bernard Cazeneuve, a britânica Theresa May e o alemão Thomas de Maizière se dirigiram junto ao seu colega tunisiano, Najem Gharsalli, ao local do ataque, onde depositaram buquês de flores.
Também nesta segunda-feira, um vídeo amador que circulava pelas redes sociais mostra a silhueta do terrorista caminhando tranquilamente pela praia, enquanto o autor das imagens passa entre corpos ensanguentados. O suposto assassino foi identificado pelas autoridades como Seifeddine Rezgui, de 23 anos.
No sábado os ministros do Interior e de Turismo examinaram medidas para proteger os locais turísticos e as praias mediante unidades armadas da polícia. Segundo as testemunhas, o ataque durou de 30 a 40 minutos.
Com mil quilômetros de litoral, inúmeras praias e sítios arqueológicos de renome internacional, a Tunísia foi durante muito tempo o destino preferido dos operadores turísticos europeus. Mas, após a revolução que derrubou em 2011 o ditador Zine al Abidine Ben Ali, os distúrbios políticos, as tensões econômicas e sociais e a escalada do jihadismo afetaram o setor vital do turismo, que gera cerca de 7% do PIB do país.
Além dos ataques contra os turistas, dezenas de soldados e policiais morreram desde a revolução de 2011 em atos violentos, a maioria no monte Shambi, onde se encontra a principal milícia jihadista na Tunísia. O país também forneceu o maior contingente de cidadãos (3 mil) aos grupos jihadistas de Síria, Iraque e Líbia.