Uma moradora do bairro Nossa Senhora de Lourdes entrou com uma ação na Justiça contra a construção do hospital do Centro Universitário Franciscano (Unifra). Segundo a advogada Maria Francisca Moreira da Costa, que representa a moradora Lilia Mongrande, a ação, ajuizada no Fórum de Santa Maria na semana passada, pede o embargo da obra, antes mesmo do início. Enquanto isso, o empreendimento divide opiniões entre a vizinhança.
Na terça-feira, o "Diário" percorreu as ruas do bairro no entorno do Hospital São Francisco de Assis e da área onde deve ser erguido o prédio de ampliação (futuro hospital da Unifra) e falou com os moradores. Das 30 casas e apartamentos visitados, 18 ou não estavam no momento ou não podiam atender. Dos 12 entrevistados, oito disseram ser a favor da construção, três têm dúvidas a respeito e não se decidiram, e um é contra.
De forma geral, todos têm restrições sobre um ou outro aspecto do que ficaram sabendo sobre o projeto. Uma das reclamações mais frequentes, inclusive dos que são favoráveis, é a de que o projeto não foi apresentado de forma clara aos moradores, nem que impactos terá o bairro, em infraestrutura, abertura de acessos, fluxo de trânsito e etc.
Entre os argumentos dos favoráveis estão o desenvolvimento do bairro, valorização dos imóveis e a abertura de leitos hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As alegações dos contrários são os impactos ambiental e no sossego público e a contrariedade ao Plano Diretor do município que não permite construções com mais de dois pavimentos na zona em que fica o terreno da Unifra.
Para permitir a construção do hospital em formato vertical com seus seis andares previstos, o Executivo enviou à Câmara de Vereadores um projeto setorial para permitir a reforma e ampliação do Hospital São Francisco. O projeto está em tramitação no Legislativo.
Na segunda-feira, a comissão especial que analisa o projeto realizou uma audiência pública para discutir a permissão. Cerca de 60 pessoas participaram.
De um lado do plenário, a Unifra e os apoiadores da obra. De outro, moradores contrários ao empreendimento no local. Houve manifestações contundentes de ambos os lados. Ao final, foi marcada uma reunião na Escola Edson Figueiredo no dia 1º de julho, às 19h, quando o projeto será apresentado aos moradores. Também foi aberto prazo de 15 dias para emendas e sugestões. A ideia, segundo o presidente da comissão, vereador Luiz Carlos Fort (PT), é colocar o projeto em votação até 15 de julho.