O Banco Central Europeu (BCE) anunciou neste domingo que manterá seu crédito emergencial aos bancos da Grécia no nível atual. A decisão mantém a assistência emergencial de liquidez (ELA, na sigla em inglês) no mesmo nível da sexta-feira, mas não prevê mais créditos para os bancos gregos, que enfrentam um movimento forte de retirada de fundos de gregos ansiosos diante da situação.
O BCE diz que está trabalhando juntamente com o Banco Central da Grécia para manter a estabilidade e acrescentou que pode vir a reconsiderar a decisão sobre os níveis de crédito. A instituição europeia também afirmou que monitora a situação da Grécia e suas potenciais implicações para a política monetária.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que "nós continuaremos a trabalhar em conjunto com o Banco da Grécia e endossamos fortemente o compromisso dos Estados membros de se comprometer a adotar ações para lidar com as fragilidades das economias da zona do euro".
Muitos gregos preocupados continuavam fazendo filas, neste domingo, diante de caixas automáticos, após o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, convocar na madrugada do sábado um plebiscito sobre a proposta financeira dos credores do país em troca de mais ajuda. A iniciativa de Tsipras surpreendeu os parceiros europeus de Atenas e gerou mais incertezas no cenário para o país.
Caso o BCE decidisse não incrementar a liquidez de emergência, que agora é de quase 90 bilhões de euros (US$ 100 bilhões), os bancos gregos ficariam em breve sem dinheiro.
A decisão afeta o futuro do bloco monetário: se abandonasse a Grécia, a instituição monetária de Frankfurt lançaria um socorro a seus bancos e ao mesmo tempo a toda a economia, precipitando a "Grexit", saída do país da zona do euro. Então, teria de administrar as consequências e conter os riscos de contágio.
No entanto, com a ajuda aos bancos, o BCE viola suas próprias regras. Para alguns, isso pode significar o começo do fim da união monetária.
O Parlamento grego aprovou a petição de Tsipras para organizar um plebiscito e a votação ocorrerá em 5 de julho.
* AFP e Estadão Conteúdo