Mais uma entidade importante assumiu posição contrária à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também entende que a medida não trará os efeitos esperados na redução da criminalidade. O vice-presidente da entidade, dom Murilo Krieger, destacou que a cobrança por respostas rápidas contra o aumento da violência pode produzir equívocos.
Fecho com a opinião. Entendo que a proposta pode ter o efeito de um gol contra para a sociedade, na medida em que colocará jovens em contato direto com as facções criminosas que dominam as cadeias brasileiras. Aliciados por bandidos da pior espécie, a tendência é de que se transformem em delinquentes irrecuperáveis.
Clamor popular
Sou a favor da alternativa sugerida pelo ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, que defende o aumento da internação dos adolescentes que cometerem crimes hediondos. O prazo máximo de privação da liberdade poderia chegar a oito anos, cinco anos a mais do que hoje. A medida seria cumprida em estabelecimentos especiais ou espaços reservados.
A proposta atende ao clamor popular por maior punição para os delitos graves, ao mesmo tempo em que impede o contato dos menores com os chefões que comandam o crime dentro dos presídios. Trata-se de um meio-termo que acaba com a sensação de impunidade hoje existente sem expor os adolescentes ao ambiente hostil das prisões para adultos.