O secretário Estadual de Educação, Vieira da Cunha, está em Caxias do Sul nesta sexta-feira (8). Pela manhã, ele visitou a escola José Generosi, em Forqueta. Parcialmente interditado desde 2013, o colégio é um dos exemplos do descaso do governo do Estado com a área da educação. A escola construída em madeira, em 1941, passou por ampliações nos anos seguintes, mas segue sem condições adequadas para atender os 500 estudantes da instituição. Os problemas estruturais foram constatados em 2007 e se agravaram ainda mais há dois anos. Houve problemas na rede elétrica, e em dias de chuva há goteiras.
As salas são pequenas e não há refeitório, sendo que o lanche é feito na quadra de esportes. Além disso, os alunos e professores enfrentam o mau tempo para cruzar a escola, devido a falta de cobertura. A diretora da Escola, Suzana Teresinha Nilson, assegura que não há risco de desabamento. No entanto, ela admite que não há garantias que a escola não seja interdidata totalmente, já que o Corpo de Bombeiros do Estado já notifcou a escola pela falta do PPCI, em 2013 e neste ano. Suzana espera que as medidas emergenciais sejam tomadas ainda em 2015, já que as condições de uso da escola não suportam mais dois anos.
"Há goteiras, problemas na rede elétrica e demais problemas que fomos resolvendo com a autonomia financeira da escola, mas existem problemas que não competem apenas a escola. É preciso a construção de um novo prédio e reformas dos existentes, ou ainda a construção de uma nova escola para abrigar os 500 alunos. Trabalhamos sem refeitório, laboratório de ciências ou de informática. As salas administrativas são pequenas e não temos sala de reunião", desabafa.
A diretora completa: "Perdemos 100 alunos nos últimos dois anos devido a interdição das salas de aula. A urgência é o ano de 2015. Precisamos de algo prático e efetivo ainda este ano. A logística está díficil, por exemplo, em dias de chuva, quando saímos da sala dos professores para as salas de aula, nos molhamos, porque não há cobertura. Os alunos não tem refeitório e o lanche é feito na quadra de esportes, não há uma área de lazer para os estudantes. É preciso reformas urgentes".
O secretário Viera da Cunha admite que se torna ainda mais difícil recuperar as escolas estaduais, já que o Plano de Necessidades de Obras (PNO) foi revogado, no governo anterior, devido a irregularidades. De acordo com secretário, o Estado conseguiu manter 100 contratos para recuperar prédios no Estado. Nestes contratos, estão duas escolas de Caxias, a Cristóvão de Mendoza e a Victório Webber. Já na Serra vão ser contemplados colégios de São Francisco de Paula, Gramado, Nova Petrópolis, São Marcos e Bento Gonçalves.
A José Generosi, no entanto, não está entre esses contratos mantidos pelo PNO. Mesmo assim, Viera da Cunha, ressaltou que a obra da escola de Forqueta se tornou uma prioridade.
"Infelizmente, a escola de Forqueta não é uma das escolas mantidas no PNO. Aqui nesta comunidade deveremos tomar as medidas administrativas necessárias para executar a obra, independentemente, do PNO. É isto que vamos fazer. Claro que se o projeto estivesse pronto seria muito mais rápido. Vamos começar praticamente do zero, mas vamos sim, dar prioridade a obra. Testemunhei a necessidade de medidas urgentes, visto que parte da escola está interditada, e a escola passa a ser ítem número um, na pauta do Gabinete de Gestão Integrada de Obras Escolares do Governo do Estado", ressalta o secretário.
Segundo levantamento da 4ª Coordenadoria Regional de Educação, 47 escolas da região apresentam problemas, sendo que 27 precisam de obras emergenciais, devido as estruturas precárias ou riscos a segurança dos estudantes e professores. Destas, sete escolas da região da 4ª CRE, estão contempladas entre os cem contratos mantidos no PNO. À tarde, o secretário tem encontro com representantes da educação no Teatro do São Carlos, enquanto o auditório do Cristóvão de Mendoza, a maior escola pública de Caxias, segue interditado há quase dois anos.
Questionado pela reportagem sobre a interdição, Vieira da Cunha, ressaltou que a situação das escolas é precária no Estado, mas garante que mesmo com os cortes no orçamento do Governo Estadual, a Educação segue como prioridade.