A bancada do PT na Câmara dos Deputados foi mais fiel ao governo Dilma Rousseff do que a do PMDB na votação de um requerimento que pedia a retirada de pauta da Medida Provisória 665, que altera as regras de concessão de seguro-desemprego e auxílio-moradia. O requerimento foi rejeitado na tarde desta quarta-feira, abrindo caminho para a votação do mérito da primeira medida provisória do ajuste fiscal.
Dos 51 deputados petistas que votaram no pedido, apenas um, Wellinton Prado (PT-MG), se posicionou a favor do requerimento - o que representa 1,96% dos votantes. A liderança do PT na Câmara orientou a bancada a votar pela rejeição do requerimento. Ao todo, a bancada petista tem 64 deputados.
No PMDB, por sua vez, dos 55 deputados que se pronunciaram a respeito do requerimento, sete foram contrários: Dulce Miranda (TO), Flaviano Melo (AC), Hermes Parcianello (PR), Jarbas Vasconcelos (PE), Jéssica Sales (AC), José Fogaça (RS) e Mauro Pereira (RS). Ou seja, 12,72% dos votantes foram contrários à análise do mérito da proposta. O líder peemedebista da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), liberou a bancada do PMDB e dos cinco partidos que compõem o bloco partidário a votarem como quisessem no requerimento. O PMDB tem 67 deputados.
Após críticas de parte a parte, as bancadas do PT e do PMDB decidiram nesta tarde reafirmar apoio à aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal. Os peemedebistas ameaçavam não referendar as MPs caso os petistas não dessem um apoio explícito às propostas - hoje a bancada do PT divulgou uma nota reafirmando apoio às MPs.
O requerimento de retirada de pauta foi rejeitado por 229 votos a favor contra 180 contra. Uma votação apertada em que, dos 409 votantes, o governo obteve apenas 56% dos votos.
Embora não se trate do mérito da matéria propriamente dito, a análise da taxa de governismo na votação do requerimento é a primeira amostra de como podem se comportar os dois principais partidos da base na votação da MP 665.