O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) afirmou que o PSDB não é contra o ajuste fiscal que vem sendo feito pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para melhorar as contas do governo, mas disse que o partido é contrário a algumas medidas.
- O PSDB votou contra algumas medidas, outras não. Algumas medidas do ajuste têm que ser revistas mesmo, outras não - disse a jornalistas logo após participar de um evento em Nova York, nesta quarta-feira, em que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi falar de oportunidades de investimento.
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- O Brasil precisa do ajuste. Mais que de ajuste, precisa é de esperança. Não se faz simplesmente uma operação sem anestesia - completou.
Fernando Henrique avalia que está faltando uma sinalização do governo de Dilma Rousseff de para onde o país vai.
- O ajuste é para fazer o quê? Qual o caminho? Investir no quê? Quais são os principais fatores que vão nos levar outra vez a acreditar? O que vamos fazer com energia? Há uma crise grande de energia no Brasil. Como vamos resolver essa questão? - questionou o ex-presidente.
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- O ajuste tem que ser feito, vai ser feito, haverá discussões, o PSDB vai votar uma hora a favor uma hora contra - afirmou aos jornalistas.
O ex-presidente disse que não interfere no dia a dia das decisões do partido e ressaltou que o governo precisa sinalizar melhor os rumos.
- O ajuste é para quê? Para reforçar outra vez os mesmos donos do poder que nos levaram a esse desastre ou é para criar uma situação que possa permitir uma esperança maior para o Brasil? - questionou.
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O ex-presidente afirmou que houve um "desatino do gasto público" no Brasil. Fernando Henrique ressaltou que foi ministro da Fazenda e que, em sua gestão, explicava ao País por que estava tomando determinadas medidas fiscais.
- Não se pode fazer sem explicar qual é a saída, para onde nós vamos, qual é o futuro que estamos criando para o Brasil. Então está faltando esse outro lado - disse ele.
Nessa terça, 12, FHC recebeu em Nova York o prêmio "Pessoa do Ano" oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em um disputado jantar de gala para 1,2 mil pessoas, que também teve como homenageado o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.