Um grupo de manifestantes bloqueou a entrada principal do Ministério da Fazenda, em Brasília na manhã desta terça-feira. Os manifestantes invadiram todos os andares do prédio e alguns, inclusive, sentaram nas cadeiras do Comitê de Imprensa. Eles fazem parte da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e protestavam por crédito, habitação e investimento para a agricultura familiar.
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Segundo Adriana Antunes, da Fetraf de Santa Catarina, os manifestantes só sairiam do Ministério após serem recebidos pelo ministro.
- Nós só sairemos daqui depois de falar com o ministro Joaquim Levy e com a presidente Dilma (Rousseff).
Depois de se encontrarem com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, integrantes de movimentos ligados à agricultura familiar desocuparam o prédio. De acordo com a assessoria da Fazenda, a conversa de Levy com os líderes do movimento foi pacífica e os manifestantes concordaram em deixar o edifício após o ministro agendar, para as 11h30, reunião para discutir a pauta de reivindicações. Além de Levy, também participaram o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e o do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.
Para um dos coordenadores do movimento, a principal reivindicação é que não haja cortes nos orçamentos da agricultura familiar e reforma agrária.
- O ministro se mostrou sensível à nossa pauta. Esperamos que ao final das negociações o governo cumpra com o orçamento integralmente - disse Márcio Rochinsky.
De acordo com o coordenador-geral da Fetraf, Marcos Rochinski, que liderava a ocupação, os trabalhadores pretendem negociar o contingenciamento para evitar que a medida atinja a agricultura familiar.
- Não é juste punir justamente o setor que produz alimentos para a população brasileira.
Mais cedo, os manifestantes quebraram vidros da porta principal do prédio. Servidores e jornalistas que compareceram à sede do órgão nesta manhã não puderam entrar nas dependências do prédio. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar estão no local. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, 150 pessoas participam do movimento. A Agência Brasil indica 500 participantes.
*Zero Hora com agências