O papa Francisco, ao chamar o massacre de armênios iniciado em 1915 como o "primeiro genocídio" do século XX, "não quis provocar animosidade", mas convidar as partes - turcos e armênios - a uma "aproximação", ressaltou nesta sexta-feira o primeiro-ministro do Papa, o cardeal Pietro Parolin.
- O Papa falou de maneira muito clara e ao mesmo tempo discreta sobre este tema - considerou o secretário de Estado no dia do centenário do genocídio.
Papa Francisco visitará Cuba antes de ir aos EUA em setembro
Parolin falou à margem da conferência de Pádua (norte da Itália) sobre as declarações do Papa proferidas em 11 de abril na Basílica de São Pedro e que causaram o descontentamento das autoridades turcas.
O Vaticano esteve representado nesta sexta-feira em Yerevan, a capital da Armênia, pelo cardeal suíço Kurt Koch, presidente do Conselho pontifício para a promoção da unidade dos cristão.
Intermediação de acordo entre EUA e Cuba consolida presença internacional de papa Francisco
Papa pede pelo fim das tragédias e perseguições na África e Oriente Médio
- Francisco falou como sempre em termos de reconciliação, como explicou no avião de volta da Turquia (em novembro). Se recordamos esses eventos, não é para causar mais animosidade, mas para convidar todas as partes (...) a uma aproximação, para fornecer uma compreensão comum da História, e encontrar razões para compreensão - disse Parolin.
Para o cardeal e teólogo alemão Walter Kasper, assessor do papa Francisco, "a violência que afeta as populações (cristãs no Oriente Médio) parece nunca parar."
- Passaram-se cem anos (...) e hoje se escreve uma nova página de mortes de cristãos (...) Hoje como ontem há deportações, massacres, sequestros e venda de mulheres e crianças - declarou.
Leia as últimas notícias de Mundo
Esta "página vergonhosa" do "genocídio dos armênios" foi "fechada com muita precipitação", ressaltou.
*AFP
Mal interpretado
Papa diz que não quis "provocar animosidade" no caso armênio
Primeiro-ministro do Papa explicou a declaração do pontífice nesta sexta-feira
GZH faz parte do The Trust Project