Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira, o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, afirmou que o governo ainda acredita na possibilidade de manter os salários de servidores em dia nos próximos meses - mesmo com a determinação do Tribunal de Justiça do Estado, nesta quarta, de impedir o parcelamento dos salários, como estudava o governador Sartori.
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Em resposta à decisão judicial, Feltes comentou brevemente que ela não pode ser encarada como uma "derrota", uma vez que o governo "não está se contrapondo ao direito legítimo dos servidores, de receberem por aquilo que prestaram". O secretário ainda afirmou que os esforços do governo são "máximos" na tentativa de manter os pagamentos:
- O governador do Estado tem determinado, de forma muito categórica, que nos façamos todos os esforços, matando um leão por dia, para criarmos a expectativa de que, ainda que na última hora, possamos confirmar o pagamento do mês de março e dos meses seguintes - disse Feltes.
Segundo o secretário, ainda existe a esperança do pagamento em dia porque, agora, o governo gaúcho estaria "colhendo os efeitos do decreto assinado em 2 de janeiro", que previa o corte de despesas do Estado. Além disso, a possibilidade de o governo federal repassar valores atrasados, como os R$ 120 milhões do Fundo de Exportação, cria uma "expectativa positiva", afirma Feltes.
- A nossa angústia é a mesma do trabalhador e da sociedade. Pagar os servidores em dia é a nossa prioridade. Mas, se não for possível, um anúncio oficial será feito - complementou.
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Questionado pela jornalista Rosane de Oliveira sobre a possibilidade de intensificar a arrecadação da dívida ativa, de R$ 35 milhões, Feltes afirmou que há muitos casos na esfera judicial.
- É um trâmite que leva um longo tempo, até que seja decidido quem tem razão no processo da cobrança. Mas de toda a dívida, cerca de R$ 27 milhões são créditos incobráveis, de empresas que já nem existem mais.
Há uma semana, o deputado Alexandre Postal (PMDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, admitiu a possibilidade do atraso dos pagamentos dos servidores em março ou abril.
- A expectativa é que possamos ainda passar o mês de março, mas com muita dificuldade. Se ultrapassar março, (será) abril - afirmou o deputado.
Segundo Postal, não há mais alternativa para conseguir honrar com os compromissos financeiros. Ele citou os depósitos judiciais e o caixa único como eventuais possibilidades de recursos, mas que estão sem dinheiro.
*Zero Hora