Principal estrela do seminário Desafios e Perspectivas, promovido pelo PT estadual, na manhã deste sábado, em Porto Alegre, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, saiu em defesa de políticos petistas, suspeitos de envolvimento em desvio de recursos
da Petrobras.
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- A simples menção de um nome em uma lista apontada por delatores não é sinal de culpa. Nem para os nomes do PT nem de outros partidos. É preciso que as pessoas tenham direito ao contraditório, ao devido processo legal. No caso do PT, nós acreditamos na inocência de todos que foram citados - afirmou Falcão.
Ele garantiu que o PT não admite caixa 2, enfatizou que as todas doações ao partido são legais, registradas no TSE e tem sido aprovadas. Para Falcão, o envolvimento de um ou outro integrante do partido em "atos indevidos" não significa que toda a instituição seja corrompida.
- Nós não vamos aceitar este tipo de estigma. O PT não é um partido corrupto, ao contrário de outros que se envolveram de forma muito profunda nesta questão. Caso se comprove algo contra qualquer militante do PT, com culpa formada e condenação, o estatuto prevê punições. A mais grave delas é a expulsão. Mas ainda não há denúncia sequer. Há um pedido de complementação de investigações.
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Com um discurso que visa serenar ânimos, o presidente do PT disse não haver apreensão por causa de manifestações nas ruas e que o país nem o governo estão em crise.
- Vejo dificuldades passageiras na economia, em função de uma crise mundial, mas que o nosso governo nos protegeu durante 12 anos. As atuais dificuldades passageiras serão vencidas. E não há crise política, há um jogo do Congresso com o Executivo que já está sendo aplainado.
Falcão também minimizou o alto índice de rejeição do governo Dilma Rousseff - a última pesquisa Datafolha, na semana passada, apontou que 44% dos brasileiros consideram o início do segundo mandato ruim ou péssimo.
- No momento em que foi feita a última pesquisa, nós tínhamos uma conjugação de crise de falta de água em São Paulo e outras regiões, o aumento que ocorre todo anos de IPVA, IPTU, das tarifas de transportes, de energia. É natural que houvesse um declínio da popularidade. Mas estamos confiantes, pelas políticas que o nosso governo vem fazendo, certamente, ela vai recuperar a popularidade - justificou.
Sobre rumores de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Falcão assegurou não haver base legal para isso:
- Quem quiser mudar a presidência, terá de esperar até 2018 para disputar na urna.
Também palestrante do encontro, o ex-governador Tarso Genro foi questionado sobre a crise financeira do Estado enfrentada por seu sucessor, governador José Ivo Sartori (PMDB). O petista disse que caso fosse reeleito, não parcelaria salários dos servidores públicos.
- Eu disse durante a campanha o que eu faria. Não atrasaria salários. Pegaria os recursos dos depósitos judiciais e também jogaria com o caixa único e com os empréstimos que nós já estávamos habilitando para receber. Mas não podemos precipitar um juízo de um governo que tem três meses de vida apenas.
Palestrante do Seminário Desafios e Perspectivas, promovido pelo PT estadual, Tarso evitou criticar a administração Sartori.
- Não podemos precipitar um juízo de um governo que tem três meses de vida apenas. Vamos aguardar para saber quais serão as providências. Até agora, não dá para manifestar opinião. Ao menos para mim, não está clara a estratégia financeira que o governo vai adotar. Temos que dar um tempo para o governador.