A perícia grafotécnica, que apura se a assinatura no receituário para o medicamento Midazolam - usado para sedar o menino Bernardo Uglione Boldrini antes da sua morte, em abril de 2014 - é mesmo do médico Leandro Boldrini, foi inconclusiva. Com isso, a defesa do pai do garoto pediu esclarecimentos ao Instituto-Geral de Perícias (IGP)´, e o juiz Marcos Luís Agostini, titular do processo em Três Passos, atendeu à solicitação.
O magistrado também concedeu ao advogado de Graciele Ugulini (madrasta de Bernardo, acusada e presa por participação no crime) o direito de ouvir uma testemunha de defesa, que reside em Boa Vista (RR), em um prazo de 30 dias. Após o cumprimento dessas duas etapas, o médico, a madrasta e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz darão suas versões publicamente sobre o assassinato pela primeira vez. Os quatro seguem presos.
À Polícia Civil, Edelvânia confessou envolvimento no homicídio e apontou Graciele como cúmplice. Evandro acabou preso porque teria ajudado a cavar a cova que escondeu o corpo de Bernardo, em Frederico Westphalen, e Boldrini foi apontado pelo Ministério Público (MP) como o mentor do crime. Após a oitiva dos réus, o juiz dará sua sentença e definirá se eles vão a júri popular.
Imagens mostram últimos instantes de Bernardo com vida
A cronologia do crime:
A morte do menino Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade.