A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra oito senadores, segundo o site do jornal O Globo. O número representa 10% dos integrantes do Senado.
Além do presidente da Casa, Renan Calheiros, estariam na lista os petistas Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE), os peemedebistas Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA), Fernando Collor (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Os nomes de Lindbergh, Renan, Gleisi, Jucá, Lobão e Collor também são citados pela Agência Estado, que acrescenta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre outros.
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Para esta sexta é aguardada a resposta do ministro Teori Zavascki, relator do caso, aos 28 pedidos de abertura de inquérito e sete de arquivamento, entregues na terça-feira. Há expectativa, também, para a divulgação dos 54 nomes incluídos no processo - cerca de 45 deles seriam parlamentares em exercício do mandato.
A PGR pediu, com os solicitações de abertura de inquérito, o cumprimento de ao menos quatro mandados de busca e apreensão e quebras de sigilos bancário e telefônico - para verificar se houve conversas entre investigados na Lava-Jato. A PGR também solicitou o arquivamento de investigações sobre o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
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Alvo das investigações, Renan criticou a condução do processo pela PGR ao dizer que é praxe do órgão ouvir as pessoas suspeitas antes de apresentar o pedido de investigação ao STF. O presidente do Senado voltou a dizer que as citações ao seu nome foram feitas, até agora, por terceiros e que está pronto para responder a qualquer questionamento "à luz do dia".
Desde que seu nome foi envolvido, o senador tem subido o tom contra o governo em busca de uma "blindagem" do Planalto para ter uma garantia de que, se a crise se agravar, terá apoio para seguir presidindo a Casa.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descartou pedir investigação sobre a presidente Dilma Rousseff, que teve o nome citado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema, por considerar que a menção a petista é anterior ao mandato de presidente - a Constituição não permite a investigação do chefe do Executivo por qualquer ato que não seja relacionado ao exercício do cargo da Presidência.
A informação foi recebida com surpresa no Palácio do Planalto. Interlocutores afirmaram que jamais alguém pensou que isso pudesse ocorrer.Em meio à turbulência política, a presidente deve aguardar para indicar o novo ministro do STF, que integrará a turma na qual será julgado o processo da Lava-Jato. Haveria a possibilidade de o nome não ser aprovado após sabatina no Senado.
Na lista dos cotados para substituir o ex-ministro Joaquim Barbosa estão o jurista Clèmerson Merlin Clève, professor titular da Universidade Federal do Paraná, e o tributarista Heleno Torres, que só não chegou à Corte em 2013 porque Dilma atribuiu a ele o "vazamento" da notícia sobre sua nomeação.
*Zero Hora, com agências