O ex-padre João Marcos Porto Maciel, 74 anos, mais conhecido como dom Marcos de Santa Helena, que está preso desde 9 de dezembro em Caçapava do Sul, teve a sua prisão temporária convertida em preventiva pelo juiz Diego Cassiano Lorenzoni Carbone. Com isso, dom Marcos, que poderia ser liberado na próxima segunda-feira, quando terminaria o prazo da prisão temporária, deve permanecer preso até que a Justiça dê a sentença.
O religioso foi indiciado pelo delegado Fabrício de Santis Conceição por estupro de vulneráveis contra dois adolescentes, posse irregular de armas (ele tinha o registro de duas espingardas apreendidas no mosteiro onde vivia, mas eles estavam vencidos), curandeirismo e estelionato. Ele ainda responde a outro processo por racismo.
De acordo com de Santis, o pedido de preventiva foi feito porque dom Marcos tem contatos na Grécia e poderia tentar fugir do Brasil.
O advogado que defende dom Marcos afirma que o motivo não era suficiente para a preventiva.
- Ele não tem contatos na Grécia, e sair do país não é tão fácil assim. É preciso dinheiro e passaporte, e ele não tem nenhum dos dois - afirma o advogado Rogério Haack.
Haack aguarda a denúncia do Ministério Público, que é esperada para a próxima segunda-feira, para começar a defesa do religioso.
A investigação policial foi aberta em setembro do ano passado por solicitação do Ministério Público (MP) de Caçapava do Sul. Um adolescente já havia reclamado de agressões por parte do religioso, mas o estopim para a investigação foi um livro do empresário mineiro Marcelo Ribeiro, hoje com 49 anos, que conta em detalhes os abusos que teria sofrido e que teriam sido cometidos pelo ex-padre.