
Um dos primeiros atos do governador José Ivo Sartori será a assinatura de decreto instituindo o corte de despesas e a suspensão, por 180 dias, do pagamento de débitos do governo anterior, estimados em R$ 700 milhões. A suspensão dos pagamentos, antecipada na edição de terça-feira de Zero Hora e detalhada na quarta pela Rádio Gaúcha, foi confirmada na manhã de quinta no Gaúcha Atualidade pelo deputado Giovani Feltes, que toma posse hoje como secretário da Fazenda.
Feltes informou que haverá uma restrição severa aos gastos com passagens aéreas e diárias para fora do Estado. Esse corte não atinge as diárias dos policiais deslocados para o Litoral para trabalhar na Operação Verão, mas afeta os deslocamentos de servidores dentro do Estado. As exceções terão de ser autorizadas pela Secretaria da Fazenda. A intenção do governo é reduzir à metade os gastos com diárias, na comparação com os quase R$ 500 milhões dos últimos quatro anos.
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O pacote de cortes inclui o congelamento de novos concursos e de nomeações de aprovados, exceto em casos de absoluta necessidade. A tesoura atingirá também os gastos com a contratação de consultorias, aluguéis de imóveis e compra de material de expediente.
Feltes adiantou que o governo Sartori vai negociar com os chefes dos outros poderes e instituições o contingenciamento do orçamento, mas não detalhou de quanto deve ser a participação do Judiciário, da Assembleia e do Ministério Público no ajuste. Com essas medidas, o governo espera afastar o fantasma do atraso no pagamento dos salários, previsto para março ou abril, se não houver cortes drásticos de outras despesas.
O secretário reiterou que no Orçamento de 2015 as receitas estão superestimadas e as despesas subestimadas. Pelos cálculos dos técnicos do novo governo, o déficit poderá chegar a R$ 5 bilhões neste ano, sem que se vislumbrem fontes de financiamento dessa diferença, já que os depósitos judiciais usados pro Tarso Genro para cobrir o rombo estão esgotados.