* Zero Hora, com agências
A investigação da Aeronáutica ainda não confirmou a causa do acidente aéreo que matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos, mas descartou as hipóteses de colisão ou incêndio em voo. A falha humana não foi descartada, já que os pilotos não tinham treinamento adequado e fizeram trajeto fora do previsto. Além do político, outras seis pessoas morreram no acidente, no dia 13 de agosto de 2014.
Com base nos dados investigados até o momento pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foi possível apenas descartar as hipóteses de a aeronave ter colidido com drone, ave ou outro objeto no ar ou ter sido atingida por um incêndio durante o voo. As informações foram divulgadas durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira.
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O órgão também afirmou não ter encontrado falha técnica na aeronave até o momento, mas não confirmou falha humana como causa do acidente, como havia sido divulgado há duas semanas. No entanto, a investigação informou que o piloto e o copiloto não estavam com as habilitações atualizadas para o modelo de avião com que estavam atuando. Para o piloto, faltaria uma atualização no treinamento, enquanto para o copiloto faltaria um treinamento completo.
O piloto também não cumpriu o trajeto indicado durante a arremetida, o que pode ter sido um fator de risco, conforme o Cenipa. O órgão afirmou que seguirá com a investigação, com objetivo de confirmar a causa do acidente. A partir de agora, a ênfase será dada na análise de fatores humanos e operacionais.
O investigador encarregado, tenente coronel Raul de Souza, evitou falar em falha humana. Admitiu que o tanto piloto Marcos Martins quanto copiloto Geraldo Magela Barbosa não tinham a proficiência requisitada. Ele, no entanto, disse ser necessária avaliar o quanto essa deficiência foi determinante para o acidente. Mesmo assim, o Cenipa recomendou que a Agência Nacional de Aviação Civil verifique se as tripulações habilitadas para voar o modelo modelo Cessna 560 XLS+ no Brasil tenham recebido o devido treinamento.
- Cabe à Anac adotar os procedimentos para eliminar qualquer condição de risco - disse.
Veja o infográfico: