O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse, nesta sexta-feira, que encaminhou à representação da Santa Sé no Brasil um dossiê com detalhes do caso do brasileiro que deve ser executado na Indonésia, por fuzilamento, neste fim de semana. A intenção, segundo ele, é que o documento possa chegar ao conhecimento do papa Francisco que poderia interceder pela vida do brasileiro.
- Me foi assegurado que seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que Sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência por parte do governo indonésio - disse Garcia.
Em 2 minutos, entenda por que brasileiro condenado por tráfico pode ser executado na Indonésia
Em conversa com jornalistas, o assessor especial chegou a dizer que é preciso esperar que "um milagre" possa reverter a situação.
Pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff conversou por telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, e fez um apelo em favor dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira, que está preso naquele país por tráfico de drogas e deve ser executado neste domingo, e de Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado pelo mesmo crime. Widodo respondeu que não poderia atender ao apelo de Dilma, apesar de compreender a preocupação dela com os cidadãos brasileiros.
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Apesar de ter negado todos os pedidos de clemência feitos pelo governo brasileiro, o governo da Indonésia empenha esforços para evitar que a Arábia Saudita execute a indonésia Satinah Binti Jumadi Ahmad, que está no corredor da morte daquele país desde 2010, pela morte e roubo de seu empregador, de acordo com a Human Rights Watch (HRW), uma organização internacional não governamental que realiza pesquisas sobre direitos humanos.
Segundo Phelim Kine, vice-diretor da HRW para a Ásia, a Indonésia fez apelo formal ao líder da Arábia Saudita, Rei Abdullah, para que perdoe Satinah. A família da mulher reforçou o pedido com o pagamento, à família da vítima, de uma "dívida de sangue", legalmente reconhecida no país, equivalente a US$ 1,9 milhão, no fim de 2014, o que pode levar a Arábia Saudida a aceitar o pedido do governo indonésio.
* Agência Brasil