O médico Leandro Boldrini, sua mulher Graciele Ugulini e os irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz - denunciados e presos pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini - serão os próximos intimados a depor no processo do caso, que entra agora na reta final. Nesta quinta-feira, as duas últimas testemunhas de defesa falariam à Justiça, mas a oitiva foi cancelada a pedido dos advogados do médico. Ao todo, foram 54 depoimentos.
O Ministério Público (MP) solicitou que Clarissa Oliveira, madrinha do garoto, e Arno Britz, amigo de Boldrini, sejam convocados a falar como testemunhas de acusação. O juiz Marcos Luís Agostini vai apreciar a solicitação do MP. Depois, receberá as conclusões do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e, então, intimará os réus a falar.
Boldrini, Graciele e os irmãos Wirganovicz darão suas versões publicamente sobre o assassinato de Bernardo pela primeira vez. A audiência, que ainda não tem data confirmada, é a última do caso. À Polícia Civil, Edelvânia confessou envolvimento no homicídio e apontou Graciele - madrasta do menino - como cúmplice.
Evandro acabou preso porque teria ajudado a cavar a cova que escondeu o corpo de Bernardo, e Boldrini foi apontado pelo MP como o mentor do crime. Após a oitiva dos réus, o juiz dará sua sentença e definirá se eles vão a júri popular. O MP denunciou o médico, a madrasta e Edelvânia por homicídio quadruplamente qualificado, e Evandro por ocultação de cadáver.
A cronologia do crime:
A morte do menino Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade.