O primeiro enterro de uma vítima do acidente com o avião da AirAsia na Indonésia aconteceu nesta quinta-feira, enquanto as más condições do tempo complicam as buscas no mar de Java, onde a aeronave com 162 pessoas a bordo se acidentou.
Até o momento, nove corpos foram resgatados desde o início das operações, iniciadas após o desaparecimento, no domingo, do Airbus A320-200, que caiu perto da ilha de Bornéu, depois de decolar da cidade indonésia de Surabaya em direção a Cingapura.
Responsáveis pela operação de resgate informaram que o mau tempo atrasava os esforços para tentar localizar a fuselagem e os corpos. Mas as esquipes de busca continuarão trabalhando, apesar das previsões meteorológicas anunciadas para os próximos dias.
Operações de resgate de corpos e destroços do avião da AirAsia são suspensas por mau tempo
Acidente com avião da AirAsia está entre os três mais graves de 2014
- De amanhã até 4 de janeiro, com as pessoas, os cálculos e as táticas que temos, seguiremos lutando e espero que possamos obter resultados apesar dessas condições - declarou o diretor da agência responsável pelas buscas, Bambang Soelistyo, em uma coletiva de imprensa.
A equipe do Comitê Nacional de Segurança do Transporte está em Pangkalun Bun, cidade da ilha de Bornéu, a mais próxima de onde ocorreu o acidente que conta com um aeroporto:
- Sexta-feira irão buscar as caixas pretas - acrescentou Soelisto.
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Especialistas provenientes da França e de Cingapura se juntarão aos investigadores indonésios para tentar localizar a fuselagem e as caixas pretas do avião, consideradas cruciais para determinar as causas da catástrofe.
O primeiro enterro de uma vítima aconteceu na tarde desta quinta-feira, depois que um dos corpos foi identificado como uma mulher indonésia chamada Hayati Lutfiah Hamin.
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Depois das orações na casa da vítima, o caixão foi transportado para ser enterrado em um cemitério muçulmano na presença de centenas de pessoas.
- Agradeço a Deus que minha cunhada tenha sido encontrada e espero que os demais sejam achados o mais rápido possível - disse Agung Wahyu Darmono.
Em um dos hospitais de Surabaya foi aberto um centro de crise, com capacidade de 150 corpos, para identificar as vítimas.
À espera das caixas pretas
O diretor executivo da AirAsia, Tony Fernandes, afirmou em sua conta no Twitter que tem informações de que o avião foi localizado, mas não identificou sua fonte.
No entanto, o almirante Rasyid Kacong, comandante do navio de guerra KRI Banda Aceh, disse à AFP que ainda não se sabe onde está a aeronave.
- Só terei certeza de que é o avião quando estivermos imersos - afirmou o almirante, explicando que a busca pelas caixas pretas foi suspensa por causa de "ondas de quatro ou cinco metros".
Um especialista em segurança aérea indonésio, Toos Sanitioso, disse que está otimista sobre a possibilidade de encontrar as caixas pretas, embora considere que as buscas podem levar pelo menos uma semana.
A bordo do avião da AirAsia estavam 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um malaio, um cingapuriano e o co-piloto francês.
A aeronave caiu no mar devido às más condições atmosféricas. O piloto da AirAsia pediu aos controladores de tráfego aéreo para modificar seu plano de voo devido ao mau tempo, solicitação que foi aceita, mas depois pediu para ganhar altitude com o objetivo de evitar uma tempestade, e esta segunda solicitação foi negada devido ao intenso tráfego aéreo.
Os navios e aviões de vários países, entre eles Estados Unidos, Austrália, Malásia e Cingapura, participam do dispositivo de busca no mar de Java. Entre os restos recuperados no momento, encontram-se uma porta do avião e várias malas.
O ano de 2014 foi trágico para a aviação civil da Malásia. O acidente da AirAsia soma-se à perda de duas aeronaves da companhia nacional Malaysia Airlines.
No dia 8 de março, o voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing, desapareceu dos radares pouco depois de decolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim com 239 pessoas a bordo.
O avião não foi encontrado e seu desaparecimento continua sendo um mistério. Pode ter caído no oceano Índico por falta de combustível.
* AFP