"Descartada a tentativa de sequestro dos brasileiros", afirma o procurador geral de Justiça
- Fernando Luis da Silva e Dealberto da Silva, juntamente com outras duas pessoas, entre elas uma mulher, consumiram de maneira exagerada drogas e álcool, o que resultou em um delírio de perseguição
- Após se sentirem observados e perseguidos, os irmãos correram por diversos lugares para se esconder, Dealberto entrou no condomínio Mamitas, local onde perdeu a vida ao cair de uma escada. A causa da morte foi fratura craneoencefálica grave.
- Fernando Luis não fez denúncia por ter aceito que tudo não passou de um acidente e pediu que o corpo de seu irmão lhe fosse entregue.(ouça o áudio)
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Chetumal, 14 de janeiro de 2015 - O Procurador-geral de Justiça de Quintana Roo, Gaspar Armando García Torres, tornou público que, como resultado das investigações realizadas, se estabeleceu que a morte de Dealberto da Silva Junior não foi homicídio, mas sim resultado de uma queda que lhe provocou uma fratura craneoencefálica grave. Da mesma forma, explicou que nunca existiu ameaça de sequestro e que tudo não passou de uma paranoia que sofreram pelo consumo excessivo de droga e álcool.
Explicou que o falecido, que foi identificado como Dealberto da Silva Junior, de 35 anos, originário de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brasil, chegou primeiramente a Cancun para depois se deslocar para Playa del Carmen, local onde, em companhia do seu irmão Fernando Luis da Silva, de 33 anos, se hospedou no hotel chamado Reyna Roja.
García Torres disse que, segundo os dados apurados pelos agentes investigadores, Dealberto e Fernando Luis aceitaram dar hospedagem para uma mulher identificada como Ekaterina Vasileva, de nacionalidade russa. A mesma testemunhou diante do agente ministerial que, em meados de dezembro, chegou a Quintana Roo com o seu namorado com o objetivo de morarem juntos nesta localidade, mas por conta de no dia 7 de janeiro ter tido fortes desavenças com o seu par, pediu ajuda a um amigo do Brasil, que por sua vez pediu para Dealberto que ele proporcionasse hospedagem no mesmo quarto que ele tinha, o que a testemunha aceitou.
Desta forma, com base em testemunhos, se determinou que a partir do dia 10 de janeiro, os irmãos saíram em companhia de Ekaterina e um indivíduo, o qual foi identificado como Rômulo Savignon, também de nacionalidade brasileira, por volta de uma da manhã para percorrer bares na cidade, consumiram álcool em excesso e vários tipos de drogas, sem contar a forma como as conseguiram.
Aproximadamente às 9 horas da manhã, voltaram para o hotel, momento em que Ekaterina e Fernando Luis tiveram uma grande discussão por diversos motivos. Vale mencionar que a mulher de origem russa saiu do hotel, e inclusive mandou uma mensagem de texto para a Dealberto para informar-lhe que já não estava mais no quarto, recebendo como resposta que era para parar de incomodar.
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Fernando Luis, irmão do morto, explicou diante da autoridade que logo após consumir grandes quantidades de álcool e drogas, discutiu com Ekaterina por razões que não faziam sentido, tão logo os funcionários do hotel lhes pediram calma, correram sem rumo fixo, já que, disse, se sentiram perseguidos a tal nível que começaram a se esconder em diferentes lugares.
Posteriormente, ao anoitecer, voltaram para as intermediações do hotel onde se hospedavam, se sentaram e, ainda sob o efeito das drogas, concordaram em se desfazer dos seus celulares para evitarem de serem rastreados via satélite e de seus sapatos para não serem identificados. Depois, eles se separaram para se esconder, já que continuavam com a ideia de que era observados e perseguidos.
Antes de jogar fora o seu telefone celular, Fernando Luis enviou uma mensagem a um de seus familiares na qual contou sobre o seu temor em ser sequestrado. No seu depoimento ministerial, Fernando disse que, do lugar onde estava escondido, observou a mobilização de patrulhas e pessoas que comentavam que uma pessoa havia morrido, motivo pelo qual deduziu que se tratava do seu irmão.
Imediatamente, comprou roupas e sapatos para depois entrar em um táxi e ir até Cancun, local onde ficou perambulando durante duas noites e, quando acabou o dinheiro que tinha, pediu um cartão telefônico emprestado, com a qual fez uma ligação para um amigo, o qual, por sua vez, contatou a uma pessoa para que fosse ajudá-lo. Aceitou (Fernando) que nunca houve sequestro e perseguição, mas sim que foi resultado do efeito das drogas.
Diante do Agente do Ministério Público se negou a registrar qualquer denúncia, devido a que salientou que nunca existiu sequestro ou tentativa de privação de liberdade, de fato, foi ele quem pediu a entrega do corpo do seu irmão.
Em função do mistério, dos boatos e das controvérsias gerados pela morte de Dealberto, o jornal "A Notícia" decidiu publicar na íntegra a tradução do relato enviado pela Procuradoria-Geral de Justiça de Quintana Ross
Ouça o áudio recebido pelos amigos do catarinense: