Diversos funcionários da Iesa, quase todos vindos de fora do Rio Grande do Sul, estiveram no Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas na manhã desta quarta-feira (19). Eles pedem o apoio da entidade para que os direitos trabalhistas sejam pagos diante da expectativa de que mil funcionários da empresa sejam demitidos nos próximos dias. A Petrobras rescindiu o contrato com a Iesa Óleo e Gás que produz módulos para plataformas de petróleo. O acordo entre a empresa de Charqueadas e a estatal era de 800 milhões de dólares.
Uma comitiva liderada pelo prefeito do município e outras entidades estiveram reunidas, ontem, em Brasília, com o vice-presidente da república Michel Temer. O desejo do grupo é que a produção de módulos siga com outra empresa do município e que o governo auxilie no pagamento dos direitos trabalhistas dos funcionários demitidos. Davi Gilmar de Abreu Souza disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que Temer prometeu dar um retorno sobre como o governo pode ajudar a minimizar os impactos da crise na Iesa na semana que vem.
"Pleiteamos manutenção dos empregos, mas é uma conta é difícil de fechar. A Iesa está em processo de recuperação judicial e ao mesmo tempo está envolvida na operação Lava Jato", disse o prefeito.
Souza ainda destacou que as demissões afetam de forma direta na rotina da região. "O impacto é imensurável. A cidade se preparou para receber o polo naval. É uma região sofrida, com baixo índice de desenvolvimento. Não tem política para o carvão há mais de 30 anos, então o polo naval foi a nossa tábua de salvação para trazer emprego e desenvolvimento para a região".
A Iesa Óleo e Gás teve executivos presos na última sexta-feira na Operação Lava Jato. Em nota, o governo do Estado lamentou o desfecho da crise mas garantiu a continuidade do Polo Naval do Jacuí.