Os vereadores de Caxias do Sul votam nesta terça-feira (04) o projeto que autoriza alterações no prédio da antiga metalúrgica Abramo Eberle, no centro da cidade, e símbolo da industrialização caxiense. O prédio da fábrica 1 ocupa o quarteirão formado pelas ruas Sinimbu, Borges de Medeiros, Marquês do Herval e Os 18 do Forte.
O conjunto, que abriga prédios com arquitetura modernista industral, foi sendo construído entre as décadas de 1930 e 1950. No alto da estrutura estão a torre do relógio e a réplica da funilaria, onde a família Eberle começou a empresa. O complexo está tombado pelo patrimônio histórico de Caxias desde 2006.
Hoje, parte da estrutura de 20.086 m² de área construída é ocupada por um estacionamento e uma loja de brinquedos. Porém, a maior parte da estrutura não é ocupada. O estacionamento é administrado pela Tubo Center Incorporadora Ltda, empresa que é a proprietária do complexo da antiga Eberle. A loja de brinquedos aluga o espaço.
O projeto que será votado na Câmara prevê a restauração da fachada, dos quatro lados do quarteirão e a demolição de algumas estruturas internas. Após dois anos de estudos, o projeto foi aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc).
De acordo com o arquiteto responsável pelo projeto, Celestino Rossi, os trabalhos que já estão em andamento no prédio são na parte interna para adequar a estrutura à legislação de prevenção e combate a incêndios. Com relação ao projeto que está na Câmara, o arquiteto explica que o restauro da fachada inclui, por exemplo, a troca de janelas.
"A fachada tem intervenções que foram feitas ao longo do tempo que a deterioraram e descacterizaram. Algumas janelas de ferro no quinto e sexto pavimento foram colocadas por volta dos anos 50 e 60. Nós vamos retirar e colocar as janelas originais", afirma Rossi.
O arquiteto explica que a parte a ser demolida são estruturas internas como telhados, caixas d'águas e depósitos e estruturas que não são consideradas prédios.
"A evolução histórica do prédio da Eberle, é uma séria de prédios construídos ao lomgo do tempo, puxadinhos, telhados. Todos os corredores foram cobertos, o que vai contra a legisção de incêndio. Hoje se tem uma cobertura de quase 100% da área", explica o arquiteto.
No projeto está também a construção de um novo prédio no terreno baldio que fica ao lado do conjunto de prédios da antoga metalúrgica. Tanto esse prédio como o espaço ocioso do Eberle serão utilizados para a instalação de estabelecimentos comerciais. Todo o projeto tem previsão de cinco anos para ser concluído.
Essa obra não tem relação com a fábrica 2 da metalúrgica Abramo Eberle, conhecida como Maesa, no bairro Exposição.