A negativa da Justiça da Itália em extraditar o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, repercutiu negativamente no Brasil. A decisão italiana tomou esse rumo por considerar o sistema prisional do país ruim. “Existem pelo menos 4 casos em que o Brasil sofreu algum revés momentâneo ou definitivo pelo seu sistema prisional”, lamentou Vladimir Aras, secretário de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (31). Um dos casos lembrados foi o de Marcelo Bauer, acusado de homicídio que fugiu para a Dinamarca e também não foi extraditado pelo mesmo motivo.
Aras explicou que o Judiciário italiano preza pelos direitos fundamentais do preso. O Supremo Tribunal Federal indicou o presídio da Papuda, já que outros condenados à mesma ação penal cumpriram pena no local, e também outros dois presídios em Santa Catarina. “Pesou para a Justiça italiana o quadro geral do sistema prisional brasileiro. Há problemas que são conhecidos em todo o mundo, como o presídio de Maranhão (o Pedrinhas)”, afirmou.
O secretário considerou o ocorrido frustrante para o Ministério Público, mas afirmou que está dentro da legalidade italiana. No entanto, ele não acredita na possibilidade de retaliação por parte da Itália, algo que havia sido especulado.
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