Jeniffer Gularte
Foi em meio aos entulhos deixados após a demolição das casas que darão lugar à Avenida Tronco - uma das obras de mobilidade previstas para a Copa -, no Bairro Cristal, que Giovani Rubira Ferreira, nove anos, tropeçou em uma pedra e cravou uma viga na perna direita. Na companha dos amigos, ele voltava da aula na Escola de Ensino Fundamental José Loureiro da Silva no fim da tarde de quarta-feira, quando correu em direção ao terreno.
- Pedi para os meus amigos esperarem na parada de ônibus enquanto fui pegar pitangas, mas não vi uma pedra, tropecei e caí. Na hora, não doeu, só depois que vi que o ferro (o vergalhão) estava no meu joelho - conta o guri.
O menino tombou em meio a armadilha que se tornou o descaso com a área desocupada para dar lugar à obra que tem término previsto só para o fim de 2016. A duplicação dos 5,3km da Tronco está entre as dez obras que não ficaram prontas a tempo do Mundial. O terreno em que ocorreu o acidente fica na Avenida da Divisa, que servirá de continuação para a ampliação da Avenida Tronco. No local, há tijolos, pedaços de concreto, vigas e lixo espalhado. Segundo moradores, as famílias saíram dos terrenos há pelo menos oito meses, mas o entulho continua lá.