O desmatamento na Amazônia cresceu nos meses de agosto e setembro deste ano na comparação com igual bimestre do ano passado. Levantamento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) constatou que o aumento passou de 288 quilômetros quadrados (km²) para 838 km² - alta de 191% e área equivalente a mais da metade da cidade de São Paulo.
A devastação é mais expressiva em Rondônia, com 31% do total. Em seguida aparecem Mato Grosso, com 26%, e Pará, com 18%. Em termos percentuais, o avanço foi maior em Roraima e Mato Grosso. Agosto e setembro são dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, período que vai de agosto a julho.
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O levantamento realizado pela organização não governamental utiliza um sistema de alerta de desmatamento e degradação, o SAD, semelhante ao sistema Deter, usado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o Ministério do Meio Ambiente. Dado mais recente do Deter, divulgado em setembro e com referência aos meses de junho e julho, já apontava alta de 195% no desmate em relação a igual período do ano passado.
Segundo o Imazon, o monitoramento abrangeu 93% da área florestal da Amazônia Legal em setembro. Os outros 7% do território florestal estavam cobertos por nuvens, o que dificultou a detecção. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Pará (21%) e Amapá (18%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal no mês passado podem estar subestimados, alerta a organização.
Em setembro, a maioria (59%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (20%) e unidades de conservação (19%). Os municípios onde houve maior desmate foram Nova Mamoré (RO) e Novo Progresso (PA).