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Prefeito cassado de Pinheiro Machado recebe R$ 2,5 mil por mês de bolsa da UFPel

Luiz Fernando de Avila Leivas participa de projeto que está sendo investigado pelo Ministério Público Federal

Júlia Otero

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Nauro Júnior / Agencia RBS
Controladoria Geral da União irá fazer auditoria externa sobre caso das bolsas

A distribuição de bolsas na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), investigada pelo Ministério Público Federal, ganha novo capítulo: dentro da lista dos beneficiados está um prefeito cassado por improbidade administrativa. Luiz Fernando de Avila Leivas, ex-prefeito de Pinheiro Machado pelo PT, não é servidor da UFPel, mas foi cedido para uma agência de fomento da universidade.

Geralmente, quem recebe bolsas de incentivo para pesquisa do governo federal tem afinidade com o tema de estudo e histórico acadêmico, como seminários e publicações. Não é o caso dele. Consta, no currículo Lattes, que é apenas formado em ciências econômicas pela Furg. Ele ganha, desde setembro do ano passado, R$ 2,5 mil para estudar vitivinicultura. Já embolsou R$ 30 mil.

Esse projeto é investigado por órgãos de fiscalização.  Tanto que quatro integrantes desse estudo foram afastados de suas funções gratificadas. A suspeita é de que pessoas sem qualificação, mas ligadas ao reitor Mauro Del Pino, eram favorecidas. Entre elas, está o caso do servente de limpeza que recebeu R$ 12 mil reais ou o presidente das fundações de apoio que era doutorando em educação e ganhava para projetos da área agrícola.

Outro beneficiado é Hemerson Luis Pase, ex-assessor do reitor e integrante da comissão eleitoral que o elegeu. Hemerson é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), mesma sigla do prefeito cassado Luiz. O reitor Mauro Del Pino, que já foi secretário de saúde municipal em uma gestão do PT, nega favorecimento político. "Os critérios que utilizamos não são partidários." - disse ele.

O Ministério Público Federal (MPF) já adiantou que irá pedir devolução do valor de algumas bolsas. O Ministério da Educação acompanha o caso e a Controladoria Geral da União irá fazer uma auditoria externa.

Luiz Fernando de Avila Leivas não retornou os contatos da reportagem. Hemerson Luis Pase disse que agiu dentro da legalidade.

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