Os policiais que foram acusados de cometer atos de tortura em um local chamado de “Chácara da Porrada”, em Jaguarão, podem ser excluídos da Brigada Militar se a culpa for comprovada. O corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Julio Cesar Rocha Lopes, explicou em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta sexta-feira (19) que esta é a pena máxima. “É prematura dizer qual será a penalidade sofrida, mas estamos apurando”, garantiu.
Um inquérito policial foi aberto para apurar as ações. Segundo coronel Rocha, a lei prevê que o prazo para a conclusão de um inquérito policial militar com réu preso é de 20 dias. “Assim que o comando tomou conhecimento desses atos, foi aberto este processo para apurar as ações”, explicou.
Os dois sargentos e três soldados acusados estão presos preventivamente no presídio militar de Porto Alegre. O inquérito deve investigar também se o comando de Jaguarão tinha conhecimento dos fatos.
O corregedor-geral da Brigada Militar ainda afirmou que a Brigada Militar tem uma cultura de paz e transparência entre as corporações. “Não temos intenção de mascarar qualquer coisa”, disse. “Se for comprovado o envolvimento, os policiais militares responderão por suas ações”, garantiu.
Entenda o caso
Na última quarta-feira (17), a Rádio Gaúcha noticiou uma investigação do Ministério Público que apura o envolvimento de cinco policiais militares com técnicas de tortura da época da ditadura. Uma casa conhecida como “Chácara da Porrada” seria o local onde eles cometiam esse tipo de violência.
De acordo com os documentos anexados ao processo, o grupo invadia casas de suspeitos de cometerem crimes em Jaguarão sem qualquer mandado. Dessa forma, os policiais recolheram cinco dos ladrões mais reincidentes da cidade. Eles queriam a confissão de quem tinha invadido e saqueado a casa de um policial e quem tinha furtado a moto de outro agente. Dentro da casa, os policiais teriam cometido atos de violência durante quatro horas contra os ladrões.