Os tremores de terra que assustaram moradores de Gramado na noite deste domingo (03) foram confirmados por técnicos das universidades de São Paulo e Brasília. As instituições mantém uma rede de estações sismológicas em diversas cidades do país. Uma delas está instalada em Canela. De acordo com o técnico do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, José Roberto Barbosa, além da estação de Canela, quatro tremores foram registrados pelos sismógrafos de Itá, em Santa Catarina, e Pelotas.
Por volta das 14h, a magnitude ainda estava sendo estudada, mas era avaliada em 2,6 graus na escala Richter para o abalo mais forte. Mais cedo a magnitude era avaliada em 3,2 graus, mas o número foi corrigido após o cruzamento dos dados das estações. De acordo com os primeiros dados, o epicentro ocorreu a cerca de 2 quilômetros do centro de Gramado. Os especialistas consideram os tremores fracos, mas o suficiente para assustar pessoas que não estão acostumadas com o fenômeno.
De acordo com o professor do Instituto de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Roberto Cunha, embora haja uma falha na encosta da Serra que pode ser uma das possíveis causas, o mais provável é que o fenômeno seja resultado de reflexos de terremotos na Cordilheira dos Andes:
"Não existe uma comprovação muito clara de que fato existe essa ocorrência de falha ativa na região. Alguns trabalhos já citam isso, mas não existe nenhum modelo proposto para afirmar essa possibilidade".
Uma terceira hipótese é de que os tremores tenham sido causados por detonações em pedreiras. Essa possibilidade, no entanto, é improvável devido ao horário dos abalos, entre 22h45min e meia noite.