O advogado da avó do Bernardo Boldrini se pronunciou nesta quarta-feira (27) sobre o vídeo gravado pelo próprio casal, de onde o áudio foi retirado e divulgado. Segundo Marlon Taborda, advogado de Jussara Uglione, o vídeo seria utilizado como prova de que Bernardo tinha os mesmos problemas e transtornos da mãe. Nas imagens, a madrasta do garoto, Gracieli Ugulini, ameaça seu enteado, sob os olhares do pai, Leandro Boldrini. Na mesma gravação o menino pede socorro. O material foi anexado ao processo na semana passada e mencionado em audiência na Justiça de Três Passos, ontem.
Ainda de acordo com Marlon Taborda, a intenção do casal seria se colocar na posição de vítima. Esse vídeo foi gravado um dia antes do dia dos pais de 2013 e um dia após a festa do dia dos pais da escola onde Bernardo estudava em Três Passos. Desde que Bernardo fez denúncia contra o pai e a madrasta, eles começaram a gravar vídeos do Bernardo.
Ouça entrevista com o advogado da avó de Bernardo, Marlon Taborda:
A defesa de Leandro Boldrini nega que o vídeo seria usado para inocentar o casal, essa informação partiu do advogado da avó de Bernardo Boldrini. O advogado Jader Marques diz que, apesar de fortes e passíveis de censura, as cenas revelam uma péssima relação entre pai e filho. E ainda afirma que as imagens retiradas do celular do médico não comprovam qualquer situação que envolva crime ou assassinato do menino Bernardo.
As gravações em vídeos foram feitas após denúncias, inclusive do próprio Bernardo, ao Ministério Público sobre maus tratos que estaria sofrendo.
Ouça trecho da gravação:
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica.