Do alto de um poste de nove metros de altura e com um alicate em punho, o servente de obras Carlos Ronaldo Dutra Moraes, 44 anos, conecta fios de luz como quem conserta um eletroméstico estragado: sem cinto, luvas ou qualquer equipamento que lhe garanta o mínimo de segurança. Ele justifica o risco: morador da Vila Mangue Seco, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, ficou - junto com toda vizinhança - desde sexta-feira sem energia elétrica por isso reservou a manhã de segunda-feira para religar a rede clandestina.
- Medo a gente tem, mas não podemos ficar sem luz. Nunca me aconteceu nada.
Com sobrecarga na sexta-feira, os fios interligados de forma irregular pegaram fogo, deixando ao menos 400 famílias às escuras. O problema atingiu tanto residências que têm gato quanto as que têm luz regular.
Risco
Moradores se arriscam religando rede de energia elétrica clandestina
Mesmo sabendo do perigo, moradores da Vila Mangue Seco, na Lomba do Pinheiro, sobem em postes sempre que necessário para religar a rede clandestina de energia elétrica
Jeniffer Gularte
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