O incêndio no Mercado Público de Porto Alegre completa um ano no domingo (6). Dos R$ 19,5 milhões garantidos no ano passado pelo Governo Federal, R$ 9,53 milhões já foram liberados para as reformas no local. Os recursos foram disponibilizados por meio do PAC Cidades Históricas. Os outros R$ 10 milhões não foram liberados até o momento porque o município ainda não elaborou os projetos e orçamentos para a qualificação da rede de água, luz e esgoto do local (terceira etapa). Estas obras serão licitadas.
Já parte estrutural do prédio (primeira etapa) e a troca da cobertura metálica do telhado (segunda etapa), danificadas pelo incêndio, serão reformadas pelas mesmas empresas que executaram os projetos na década de noventa. Ambas foram contratadas sem a realização de processo licitatório. A primeira etapa das reformas está em andamento e deve ficar pronta até outubro. A reforma do telhado começará nesta segunda-feira (7) e ser concluída no final do ano.
Por enquanto, também não há uma definição sobre o valor a ser liberado pela seguradora do Mercado Público. Segundo o vice-prefeito, Sebastião Melo, a Prefeitura não descarta recorrer à Justiça para obter os recursos:
“A apólice é de R$ 16 milhões. O que nós estamos discutindo, evidentemente nós não chegam ao quanto, se é perda total ou perda parcial. Então estamos em uma mesa de negociação e a Prefeitura espera não ser necessário ir na Justiça. Se não tiver acordo, só tem um caminho: o Poder Judiciário”, defende.
Atualmente, a metade superior do Mercado Público - voltada para a Av. Júlio de Castilhos - segue isolada. Os sete estabelecimentos que ficavam na área interditada foram realocados dentro do Mercado. O proprietário do restaurante Mamma Júlia, Gilberto Esteves, diz que investiu R$ 50 mil para estruturar o estabelecimento no novo local e, mesmo assim, perdeu clientes:
“A expectativa nossa, quando a gente fez a reforma, era bem grande. Pensamos que as pessoas iriam já vir e tal, em função de mídia, mas o que a gente viu é que foi um pouco mais lento o processo. A gente está acostumado com um espaço maior, uma estrutura bem melhor”, explica.
Ao todo, os permissionários realocados dentro do Mercado Público investiram R$ 220 mil para se readaptar no local. As obras de recuperação começaram no último mês de dezembro.