O general reformado Wilson Luiz Chaves Machado, 66 anos, compareceu à sessão da Comissão Nacional da Verdade (CNV) na manhã desta quinta-feira, mas, por orientação de seu advogado, Rodrigo Roca, optou por não responder às perguntas. Ele prestaria depoimento sobre o atentado à bomba no Riocentro, que aconteceu no dia 30 de abril de 1981, e vitimou o sargento Guilherme Pereira do Rosário.
Machado, que era capitão na época, disse que prestou três depoimentos para a Justiça Militar, dois para o Ministério Público Federal, e não faria novas declarações.
- Inclusive, já fui julgado pelo Superior Tribunal Militar. Não tenho mais nada a declarar. A verdade está nos depoimentos. A história está lá - afirmou.
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Houve uma discussão entre o advogado do militar e o coordenador da CNV, Pedro Dallari, que, na presença de jornalistas, perguntou se Machado responderia às 13 perguntas elaboradas pela comissão.
- Você (Pedro Dallari) deu sua palavra de homem e não cumpriu comigo - disse Roca.
Antes, o advogado afirmou que nenhum de seus clientes fará novas declarações sobre o período de exceção.
- Tenho certeza que ele (Rodrigo Roca) voltará a nos ajudar - falou Dallari.
Na saída, o coronel não respondeu às perguntas da imprensa. Questionado se o Puma que explodiu no Riocentro era dele e se foi ele quem saiu ferido quando a bomba explodiu, o militar apenas sorriu.
À tarde, o juiz Nelson Silva Machado Guimarães, que durante a ditadura militar brasileira esteve lotado na 2º Auditoria da Justiça Militar Federal de São Paulo, comparecerá à Comissão. O depoimento estava marcado para a última terça-feira, mas foi reagendado porque a CNV rejeitou seu pedido para depor por escrito. Ele, então, compareceu na data marcada, mas os membros da comissão disseram não estar preparados para interrogá-lo e remarcaram a audiência.